- O tempo que durou a minha
aprendizagem. É... a minha aprendizagem, básico, avançado, a fluência, o
quê que você quer dizer com isso?
-
Quando você começou a estudar Inglês até quando você parou?
- Tá, no meu caso, a minha aprendizagem eu fui intercambista, é... Então,
eu aprendi Inglês fora do Brasil primeiro. Eu não tinha feito nenhum tipo de
curso aqui antes. Quando eu fui eu tirei zero no exame que eu fiz para saber
qual que era o meu nível de Inglês para eles. Eu detestava Inglês, eu
odiava, mas eu fui por outras razões, eu não fui para aprender Inglês
porque eu não gostava. Então eu fui...Então, depois de um ano eu já tinha
uma proficiência muito boa. Principalmente na minha parte de fala. A minha
fala era uma fala boa. Eu acho que...Quando eu voltei para o Brasil e aí que
eu voltei eu fui fazer a faculdade de letras e tudo, então eu percebi que
tinha vários ajustisinhos que eu tinha que fazer em relação à gramática,
em relação a estrutura da língua, vocabulário e tudo mais. Porque não é?
A parte de fala, influencia está em uma coisa bem mais, vamos dizer, é...
desenvolvida do que...Que eu conclui na época. Agora uma das coisas que... É...
Eu, quando eu morei nos Estados Unidos, e eu cheguei lá, eu tive dormi dois
meses. Durante dois meses eu dormi porque eu não falava nada e não sabia
comunicar com ninguém. Então, eu fiquei muito apavorada como é que eu ia
fazer porque eu realmente só pensava em falar “yes” E aí, eu me
lembro muito bem da minha amiga americana um dia, ela falou com todo mundo
para me dar um soco no nariz para ver se eu aprendia a falar “no”.
Porque, realmente, tudo que ela falava eu só falava yes, yes, yes... e
aí ela falava assim: “Ah, deixa eu te dar um soco” e aí eu: “no”
Então o quê que eu fiz: eu fui para a High School de manhã e
na parte da noite eu pedi que eu fosse para uma escola. Então como que eu fiz
esse pedido: na minha escola eu tinha uma pessoa que conversava em Espanhol:
ela conversava em Espanhol e eu conversava em português, conversando com essa
pessoa, eu falava assim: “ah, como é que eu vou fazer, eu preciso e tal,
como que eu vou comunicar e tal. Então, essa moça era da escola noturna eu
fui para uma escola noturna Então durante esse ano todo eu fui para a escola
noturna. Quando eu fui para a escola noturna, cada um de um país, então eu
tinha a aula durante o dia e... aí eu comecei a ficar muito empolgada porque
a final e contas eu estava começando a comunicar e tal. Aí tinha uma coisa
que eu fazia e que eu adorava fazer e é uma das coisas que eu me lembro com
muito carinho porque eu precisava tanto de aprender a falar que eu ia para o
ponto de ônibus entendeu, e sentava lá. Então as pessoas que sentava do meu
lado começavam assim:” Excuse-me, are you a foreigner exchange from
Brazil?”E começava a puxar conversa. Tinha gente que perdia o ônibus
para conversar comigo. Tinha gente que pegava o primeiro ônibus, e eu tinha
certeza que não era aquele que eles iriam tomar. Só pra ficarem livres de
min. O mais interessante é que as pessoas onde que eu morei que pegavam o ônibus,
geralmente nos Estados Unidos, pelo menos as pessoas onde eu morei, as pessoas
que pegam ônibus são pessoas que não tem muita condição financeira ou
que...ou emocional, ou mental para poder dirigir, não é? Então, eu
conversava com gente assim que...tinha tomado a carteira dessa pessoa, e então
não podia dirigir porque tomou a carteira por alta velocidade, e tal, tinha
um descontrole interno de dirigir...O outro não podia, porque mentalmente não
dava conta de tirar carteira. Então esse era público. Era o público e eu.
Então eu desenvolvi. Eu desenvolvi demais. Então quando eu já estava com
seis meses, eu já estava com uma fluência muito boa. Mas também eu ficava
no ponto de ônibus diariamente pelo menos
uma hora e meia. Sentava um e saia, sentava o outro e eu no mesmo ponto de ônibus,
entendeu? Sentava um, saia o outro, e eu no mesmo ponto de ônibus. Então
essa é uma das coisas. Uma outra coisa que... então assim sempre procurava
fazer e falar as mesmas coisas que eu tinha aprendido. Então, por exemplo, se
eu aprendia uma coisa é...no ponto do ônibus, então eu tentava usar aquilo
que eu aprendi no ponto do ônibus com a minha irmã americana que tinha 11
anos, sabe? Tentava usar aquilo outra vez. Então uma das coisas, que eu acho
que foi uma estratégia e sempre foi realmente é cutucar um para falar, e
realmente, foi uma coisa que aconteceu em toda a minha vida, entendeu? Em
termos assim de criar oportunidades de fala, é uma coisa que realmente marca
e...eu aprendendo alguma coisa nessas oportunidade tentar usar e repeti.
Muitas vezes eu me via fazendo, provocando, uma situação que eu pudesse usar
aquilo, entendeu? Como se testando se aquilo ali eu
realmente podia usar daquela maneira, e tudo. Então, não está certo,
vamos dizer, em termos de fala, de eu consegui um produto interessante em
termos de fala aconteceu no prazo do primeiro ano mesmo. Até o final do
primeiro ano eu tinha uma boa fluência e dava conta de muita coisa. Agora eu
sempre fui uma pessoa de procurar recursos fora e recursos de sala de aula.
Bom, uma das coisas que eu lembro muito é...tem algum por exemplo, tem algum
lugar que vai falar Inglês, seja uma conferência um seminário ou se tem
alguma pessoa de fora, é uma oportunidade que eu busco. Ela não acontece pra
mim, eu não vou. Muitas vezes eu sei que eu tenho em algum lugar para poder
ouvir ou para poder falar, para poder participar, interagir socialmente alguma
coisa que vai ter ganho pra mim em termos de manutenção de Inglês,
aprimoramento e essas coisas todas, não é? Isso é um a coisa que eu faço
isso até hoje. Então é isso. E uma das coisas que sempre me chamou muita
atenção é a parte da sonoridade da língua. Então é uma coisa assim que
é... que eu acho que tem muito a ver. Gosto muito da sonoridade da língua e
eu gosto muito da parte de fala. Então, vamos supor, todas as vezes que eu
tentei memorizar alguma coisa estava muito relacionado com a parte sonora da língua.
Então, mesmo, vamos dizer assim para eu memorizar verbos irregulares eu
agrupei os verbos irregulares, de repente, pelo som. Entendeu? Então assim
com isso eu sempre aprendi muito com a parte sonora. Então, é música que eu
sempre gostei de ficar ouvindo, cantando... e cantando em uma situação assim
de tentar aproximar mesmo com aquela pronúncia. Repetindo aquele fato de uma
maneira mais interessante do que ficar repetindo, não é? E desde de quando
eu voltei eu me forcei a sempre que eu assistisse um filme a não ler a
legenda, então eu não leio a legenda. Se eu vou ao cinema eu olho um
pouquinho pra cima. Eu acostumei a olhar um pouquinho pra cima. Então eu vejo
só a parte sem interferência do que está escrito ali traduzido. Então eu
sempre fui ao cinema assistir... Na época eu também assistia T.V a cabo.
Porque na época T.V a cabo era uma coisa nova e tudo. Então eu sempre tento
isso. A parte de busca, vamos dizer assim, eu nunca fui muito de ficar
procurando ... Eu não sei se funcionava assim. Eu sempre quis aprender o
vocabulário funcional. Sempre uma coisa muito funcional. Eu nunca fui... Eu não
tenho um vocabulário muito elaborado. É óbvio que ele é, de alguma
maneira, elaborado, mas pra mim, existem pessoas que tem um vocabulário mais
elaborado que o meu. Mas em compensação o que eu quis pra mim, a minha
escolha, foi um Inglês mais instantâneo. Então sempre, buscando, por
exemplo, usar situações, frases, falar coisas assim bem do coloquial, sem
ser pra uma coisa dirigível. Então eu sempre fui muito assim. Então com
isso... Onde que eu fui encontrar isso? Na conivência, em palestras, em
assistir situação e de cinema ou então de T.V a cabo que me desse esse tipo
de... Não é? E mesmo na parte de leitura, na parte de vocabulário, eu
sempre procurei ler coisa, por exemplo, perto de teatro. Ou então, se eu
escolho um livro, eu escolho um livro que tenha muito diálogo não é? Porque
é o que eu gosto. Eu gosto de ver como as pessoas se comunicam mais
naturalmente ou mais elaboradamente, seja o que for. Então eu faço as minhas
escolhas, e então, sempre dentro desse contexto. Então, eu sempre trabalhei
muito assim, procurei muito ler revista em quadrinho...entendeu? Essas coisas
mais corriqueiras, mais...Sabe? E a parte também de escutar em geral.
Qualquer tipo de situação eu realmente saio pra isso acontecer, sabe? Dicionário,
muito. Sempre leio dicionário. Uma das coisas que eu fiz, por exemplo, que eu
usei muito também. Dicionário com foto. È uma coisa que me ajuda muito, mas
principalmente as coisas mais contextualizadas porque é uma coisa que pra mim
faz muita diferença, me ajuda muito. Contextualizado que eu estou falando é
assim...é...dicionários ou situações que eu consiga ver, por exemplo, em
uma loja: aí eu vejo; a loja, o vendedor, as roupas... tudo assim; em um
contexto de loja. E não aquela coisa: vocabulário por ordem alfabética, mas
tudo contextualizado. Mesmo que não seja, vamos dizer, um contexto muito rico
que eu esteja vivendo, mas um contexto que seja um contexto pequeno que esteja
contextualizado ali. Dicionários de gravura, eu sempre procurei muito, muito
mesmo. Eu...é... eu tenho um dicionário especial que não vem pela entrada
de ordem alfabética, mas é um dicionário por tema. Então, se eu estou
querendo saber sobre política então, eu encontro tudo. sobre política, de
gerenciadora, à tudo; os verbos...etc. Esse é um dicionário que é meu
dicionário assim,... de criado mudo. Então, sempre olhar como aquilo
funciona num contexto. Então eu guardo muito mais isso. Isso é uma coisa que
eu preciso. Realmente tentar juntar o vocabulário dentro de um contexto. É...
o quê mais?!... é...revistas. É uma coisa que eu sempre gostei também.
Revistas, mesmo. Não gosto de nada técnico, gosto de coisa bem... é
...revistas que não têm muita consistência em termos de eu ficar pensando
mentalmente, elaborando e tal ...
- Tipo
revista feminina?
- É...
essas revistas, tipo Cosmopolitan sabe? Essas coisas bem assim, não são?
Aí, nessas revistas, sempre as coisas vêm assim muito assim em temas, não
é? Por exemplo, assim...”Como estar fashion para o verão”. Aí,
de repente, vem todas as roupinhas para o verão. Isso tudo para mim é uma
coisa muito importante; como que as coisas vão se casando em um contexto. Então
eu consigo muito, nesse sentido, contextualizar o vocabulário, e também ler
muitos livros, músicas e, principalmente, a parte de comunicação social no
mundo. Então, realmente para mim é o que mais... é a cultura do movimento
de se estar aonde se fala Inglês naquele momento. Basicamente isso.