Nome: Natália Fontes

Idade: 19 anos

Tempo de estudo da língua: 10 anos

Curso: Letras / UFMG

Narrativa coletada por Deborah Elisa Alves de Ávila em agosto de 2005

 

 

-         Qual é o seu nome?Eu gostaria de saber como foi o seu aprendizado de língua inglesa, você pode me contar.

Meu aprendizado de língua inglesa começou dos nove para dez anos, e aí eu mudei pros EUA, e eu comecei a freqüentar a quinta série lá, e na escola que eu fui, eles não tinham muita estrutura para receber estrangeiros, então não tinha o que chamam lá de ESL, English as a second language. Então, eu e meu irmão fomos os primeiros estrangeiros na escola que não falavam inglês, então era tudo muito novo, eu freqüentei a sala de aula  normalmente, assistia todas as aulas em inglês.

-         E você entendia, você já tinha feito curso de inglês antes aqui no Brasil?

Nunca tinha tido contato com a língua inglesa antes, no começo não entendia nada, mesmo porque a cultura, os gestos, o jeito de falar é tudo muito diferente, a gente ta acostumado com um jeito.Mas acho que uma coisa que ajudou bastante foi o fato de os professores não cobrar tanto, como era escola pequena, todo mundo me recebeu muito bem, então para fazer amizade isso tudo foi facilitando, aos poucos. E, como precisava usar a língua pra alcançar um objetivo, para realmente me comunicar, pra comer, pra estudar, pra sair, pra tudo, aí, eu acho que tudo era um incentivo maior para eu querer aprender a língua mais, ir aprendendo mais. Em casa mesmo eu ia buscando, olhando algumas coisas, não era aquele negócio de você aprender a língua e você não sabe para que, não fica usando, uma coisa que você enxerga que é pra você; lá não, era uma questão até de sobrevivência. Então você sabe porquê você está aprendendo, você leva muito mais a sério, então eu acho que isso facilita demais.

-         Então essa sua busca pelo aprendizado em casa, com revistas e tudo te ajudou também?

Ajuda porque é o tipo do negócio, eu estava motivada, eu queria aprender a língua, porque eu queria pertencer à sociedade, eu queria poder perguntar, eu queria poder fazer as coisas e para isso era inevitável não fazer a língua. Mas enfim, não era aquele negócio que eu ficava em casa estudando não, era mesmo assim, escutando e saindo, e às vezes saindo, indo pro parquinho, sem entender nada, sem falar nada, e eles,aos poucos, iam pescando.