Barateada
A barata, lá no alto da janela, abre uma asa, fecha, morgueia e se aquieta. Parece filosofar, meditar... A um bater de asas dali, uma lagartixa olha para ela fixamente e examina sua (im)possível presa. A outra abre as asas e se oferece. A lagartixa avalia, acompanha os movimentos lentos da companheira e, não mais que de repente, assim como Pedro, vira as costas e sai do meu quarto, silenciosamente, sem demonstrar nenhum desejo, afeto ou desafeto. Eu fico aqui barateada e olho para o inseto fixamente...