Nome completo:Isabela Maria Leal Meireles
Idade:23 anos
Escolaridade: superior incompleto (último período - Letras)
Tempo de aprendizagem da língua: 3 anos e meio
Narrativa coletada por Rafaela Oliveira em março/2004
Conto agora sobre minha experiencia como estudante de espanhol. Meu ingresso na faculdade tem relação direta com minha aprendizagem da língua.
Entrei na faculdade no primeiro semestre de 2000, pensando em fazer licenciatura em português. Comecei a fazer o português e algumas matérias em espanhol (pro G9). Só que comecei a gostar muito dessa língua e um ano depois resolvi mudar para o espanhol. Ótima idéia.
Entrei na faculdade sem saber como se dizia "eu" em espanhol e por isso tive que me esforçar muito, pois alguns dos alunos já haviam feito cursos fora da faculdade e eu me sentia "atrasada" para quem queria dar aulas um dia. Quando eu fazia o segundo grau e cursinho pré-vestibular, nunca estudava espanhol, só inglês. Meu primeiro contato com a língua se deu realmente só na faculdade (graduação).
Vi que a concorrência no mercado seria grande mas não desanimei. Nesta época estava trabalhando como professora de português em escolas e cursinhos pré-vestibulares, de modo que não podia me dedicar como queria ao aprendizado da língua, mas sempre que podia gastava horas lendo e ouvindo canções em espanhol, além de conversar muito com nativos pela internet (nesse caso aprendi e desaprendi muito). Resolvi estudar "de qualquer jeito", pegava livros de todos os tipos na biblioteca, lia livros de literatura, para crianças, comecei a tentar traduzir as canções que conhecia para o português. Além disso, todas as páginas na internet que eu consultava eu observava antes se podiam ser lidas em outros idiomas e os mudava para o espanhol, até mesmo meu e-mail, que até hoje é do "yahoo" da Espanha. Tentava traduzir até as embalagens de produtos que normalmente vem em português e espanhol, e também adesivos nas janelas dos ônibus.
Creio que o que mais me ajudou foi esse aprendizado fora de clase, uma época em que eu "mergulhei" na língua de todas as maneiras. Alguns professores me auxiliaram muito. Inclusive, por serem eles de diferentes nacionalidades (Chile, Brasil, Argentina) e terem diferentes acentos, carrego hoje esse reflexo, e meu acento é uma mistura de tudo, foi muito influenciado por causa do acento dos meus professores.
Eu TINHA que fazer algo pra aprender "de mim mesma". Me matriculei no CENEX, mas ao terminar o nivel 1, começaram a "tirar" as bolsas dos alunos e eu infelizmente tive que parar. Continuei estudando "sozinha", muitos professores da graduação me ajudaram muito e então eu fiz o teste de nivelamento, me passaram para a redação e conversação, mas eu ainda não tinha dinheiro pra pagar...