Nome: Maria
Tempo de aprendizado da língua: aproximadamente: 4 anos
Curso: Letras
Idade: 24 anos
Memorial realizado para a disciplian Prática de Ensino - Faculdade de Educação
Narrativa coletada pelas professoras Miriam Jorge e Maria de Fátima Inchausti Ribeiro
Organização: Deborah Ávila
O meu primeiro contato com a aprendizagem de língua estrangeira foi quando eu estava cursando a sétima série do ensino fundamental. Obviamente, essa língua foi o inglês. No começo todos nós alunos estávamos empolgados com a idéia de aprender inglês e principalmente poder falar inglês. Para nós adolescentes de faixa etária entre 12 a 14 anos seria o máximo poder escutar as músicas em língua inglesa que adorávamos e poder compreendê-las e cantá-las. Mas a ilusão durou pouco, com o tempo percebemos que nunca iríamos aprender inglês de verdade, porque se na sétima série começávamos com o verbo to be na oitava série também e assim sucessivamente.
Foi por perceber que a escola não fundava a aprendizagem da língua para a comunicação e apenas para preencher currículo ou simplesmente para dizer que havia o ensino de inglês é que me desilude com a aprendizagem em sala de aula. Mesmo tendo muita vontade de aprender inglês não o podia porque não tinha condições financeiras para fazer um curso de idioma.
Mas eu desejava muito aprender uma língua estrangeira e, decidi então aprender espanhol por conta própria. Já que a língua é muito semelhante ao português eu passava todo o tempo ouvido músicas em espanhol e acompanhando a letra com o auxílio dos encartes dos cds e lia tudo o que fosse em espanhol que eu tivesse acesso.
Enfim, depois de passar oito anos conjugando o verbo to be, prestei vestibular para letras e passei. Houve duas decepções: novamente não teria a oportunidade de aprender inglês, porque na graduação esse começa do avançado. Segunda decepção, não poderia estudar espanhol, porque esse era somente à noite e eu não tinha disponibilidade. Então, tentando mais uma vez tapar buracos optei pelo francês.
Quando enfim pude estudar espanhol não quis mais deixar o francês, porque já havia me apaixonado pela língua. Agora, estudo francês e espanhol como optativa. E embora talvez eu nunca vá a trabalhar com o francês ou nunca tenha a chance de ir a França, por exemplo, o fato de ter tido a chance de aprender é para mim a maior gratificação e razão para continuar.