Nome: Terezinha Almeida Melo Pereira
Idade: 55
anos
Escolaridade: superior incompleto (sétimo período de Letras)
Tempo de
aprendizagem da língua:
Inglês - 3 anos ( leio, mas não falo)
Italiano -
quatro períodos ( leio, mas não falo)
Narrativa coletada por Rafaela Oliveira em março/2004
Italiano
Pensando na possibilidade de fazer
licenciatura em italiano, fiz, na Letras, 4 semestres da língua italiana. A
barreira que encontrei foi a mesma: a fala.
As maiores barreiras que
vejo no curso de línguas estrangeiras, tanto num curso particular de uma
franquia em Pará de Minas, onde moro, como no curso de línguas estrangeiras na
Letras:
- Não há um professor nativo, para ensinar, pelo menos, por um
semestre ( seria o caso do leitor)
- Os professores (todos os que tive)
, são extremamente ansiosos, não têm paciência para esperar o aluno a processar
sua fala e sempre lhe roubam o turno para fazer constantes correções, tanto de
gramática como de pronúncia.
Barreiras do aluno ( no meu
caso):
O aparelho fonador não funcionada bem na emissão de diversos sons
(principalmente o de pessoas de idade “beirando” os 50, depois de 50.) Isso vale
para o momento em que inicia a aprendizagem. O que é meu caso.
O aluno,
principalmente mais velho, tem vergonha de errar, de expor sua fala em língua
estrangeira perante outras pessoas. Como é tantas vezes corrigido, na emissão de
uma única frase, ele prefere calar, não participar dos diálogos.
A
pronúncia que ouve do não nativo daquela língua que está aprendendo, nunca é
igual a dos nativos. Percebo isso quando vejo filmes em inglês ou italiano. E
também quando tive oportunidade de falar, por diversas vezes, com alguns
italianos que fizeram um curso na UFMG. Há um distanciamento grande no jeito de
falar, na entonação de voz e até na gesticulação. Percebo que o professor
costuma ter a posição “de professor” e de “brasileiro”.
Quando fiz
uma disciplina de PLE, por sinal muito proveitosa, bem ministrada, cheguei a
conclusão de que, por motivos pessoais, físicos, nunca seria, diria, uma
“regular” professora de italiano. Mas, acho que posso ser uma boa professora de
PLE. E também acho que posso trabalhar com tradução-
literatura.
Aproveito para fazer uma sugestão de uma disciplina
on-line para o próximo semestre de Tradução- sem especificação de língua e sem
pré-requisitos de estudo avançado de língua estrangeira. Imagino que farão
matrícula os alunos que realmente se sentem capazes de encarar a
empreitada.