Nome: Ludmila Magalhães

Tempo de aprendizado da língua: aproximadamente: 4 anos

Curso: Letras

Idade: 28 anos

Memorial realizado para a disciplian Prática de Ensino  - Faculdade de Educação

Narrativa coletada pela professora Miriam Jorge e Maria de Fátima Inchausti Ribeiro

Organização: Deborah Ávila

 

 

O primeiro contato que tive com uma segunda língua foi na sétima série do ensino fundamental na Escola Municipal Santos Dumont. Nesta série começava a ser introduzido o estudo do Inglês de ensino obrigatório no currículo. Nunca tive motivação para estudar esta língua e  acredito que este problema se deveu, em parte, pelas professoras que tive. Tais professoras não conseguiam transmitir a importância do aprendizado de uma língua estrangeira, eram na sua maior parte despreparadas e desmotivadas. O programa de ensino era baseado, quase que exclusivamente, em um  livro didático de qualidade não muito boa, que apenas repetia estruturas e conjugações verbais desvalorizando o ato comunicativo em sí. Além dessas condições adversas, o meu empenho como aluna não era satisfatório. Não me dedicava em casa aos exercícios e leituras e nas provas, na maioria das vezes, colava dos meus colegas. Após o término do ensino médio perdi, por em média quatro anos, o contato com a língua. Fiz um ano de cursinho, sendo que o primeiro semestre estudei Francês e no segundo Espanhol. Ao entrar na faculdade de Letras, naquela confusão da entrada do currículo flexibilizado, me matriculei em Inglês e Francês. Logo no primeiro dia de aula de Francês verifiquei que esta língua não era o meu forte e decidi trancar. Iniciei as aulas de Inglês na faculdade juntamente com as aulas no Cenex no intúito de ter uma base melhor na língua. Porém, no primeiro dia de aula na graduação fui surpreendida com uma prova de quatro páginas que abordava as quatro habilidades em nível intermediário. Não chegamos a fazer a prova porque a professora estava sem tempo para corrigir. Acredito que um comportamento assim, vindo de uma faculdade de línguas, além de excludente é incompatível com a realidade da maioria dos alunos vindos de escolas públicas e que não tiveram acesso a um curso livre. Passadas algumas aulas a professora pediu que fosse feita uma atividade de apresentação de um livro previamente lido. Após a minha apresentação a professora fez vários comentários grosseiros e um tanto quanto agressivos que constrangeram até os outros alunos. Naquele momento me senti tomada por um sentimento de vergonha e derrota que me motivaram a abandonar o Inglês. Passadas algumas semanas encontrei com uma professora que tive no Cenex que me aconselhou a optar por outra língua. Dessa forma decidi mudar em definitivo a minha habilitação para Português e Italiano e prosseguir com o Inglês apenas no Cenex (parei o curso no intermediário três por falta de tempo). Não tinha nenhum conhecimento prévio de Italiano, mas comecei a gostar e me interessar cada vez mais pela língua. Não tive grandes dificuldades porque me sentia capaz e motivada a aprender. Hoje tenho fluência no Italiano e pretendo, assim que possível, retomar os estudos de Inglês.