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Pseudônimo: Sílvia
Idade: 29 anos
Escolaridade: 3o grau incompleto – USF/Itatiba-SP
(6o semestre / Curso Letras / Hab. em Inglês)
Tempo de aprendizagem da LE: 6 anos (Inglês)
Data da coleta: 20/11/2004
Interesse na produção/no olhar da narrativa pela pesquisadora:
abordagens de ensino/aprendizagem de LE
Narrativa coletada por Elaine Ferreira do Vale Borges
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Me
lembro do 1o dia de aula de inglês na 5a série
em que a professora passou na lousa as formas de cumprimento: good
morning, good afternoon, good night/evening e fez os respectivos
desenhos. Ela falou as frases e fez com que nós repetíssemos as
frases, a princípio achei estranho a pronúncia, mas naquele momento
já tive uma percepção do que era a linguagem. Eu adorava as aulas
de Inglês, pois essa professora (seu nome era Lúcia) trazia músicas,
etc e fazia com que os alunos falassem. Naquela época (17 anos atrás)
era possível trabalhar a oralidade em sala de aula. Com o passar
do tempo o gosto pela língua foi se ampliando e passei a ler qualquer
coisa que aparecia em inglês, porém no decorrer das séries, com
a mudança de professores, às vezes me desmotivada um pouco, pois
muitos não ensinavam o que eu queria aprender. No ensino médio tornou-se
pior, pois a falta de proficiência dos professores era muito grande.
Após ter terminado o colegial, passei a trabalhar e só assim pude
pagar o tão sonhado curso, visto que meus pais não tinham condições
de pagar. Fui até uma escola (CCAA) para me informar sobre os cursos,
fui muito bem recebida, eles me perguntaram se eu já havia feito
curso de línguas, como eu nunca tinha estudado em escola oficial,
me colocaram no 1o nível, em uma turma de criança de
10 a 12 anos. Fui na 1a aula, mas achei tudo fácil demais,
eu compreendi o vídeo sobre o “magic eyes”, um bonequinho que explicava
coisas a respeito do idioma do curso do CCAA, etc. Me lembro da
música do comercial que eu havia aprendido em casa por conta própria
que foi passada quando fui conhecer o curso. Após aquela aula fui
conversar com a diretora da escola, pois eu achei que tinha um bom
conhecimento e que poderia mudar de turma, ela disse que eu poderia
fazer um teste em outra turma. Fui tão bem que na 1a
avaliação obtive a nota mais alta da sala – um dez. Após isso sempre
tive muita motivação para as aulas de Inglês, mas acabei por desistir
2 ou 3 vezes, já [que]
o preço do curso aumentava e eu ganhava pouco. Alguns anos mais
tarde, com 26 anos, entrei para [a] faculdade.
Resolvi fazer o curso de Letras por a mor à língua Inglesa. Mas
senti que havia um certo bloqueio nas aulas de Inglês, pois por
já ter um certo conhecimento me sentia tímida perante os demais
alunos que em sua maioria tinham pouco ou nenhum conhecimento do
Inglês. Ao término da Faculdade (estou no último ano) ao dar aulas
para crianças de 3a e 4a série em um projeto
da Prefeitura da minha cidade, vejo o aluno como se fosse eu naquele
momento em que tomara o gosto pelo idioma, e fico tentando fazer
[com] que eles
gostem tanto quanto eu gostava das aulas de Inglês.
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