Meu nome é Valico Romualdo Júnior.
Bom, eu comecei a aprendizagem de língua estrangeira
primeiramente por causa de música porque desde quando eu era
criança as minhas irmãs mais velhas ouviam Beatles, músicas
Francesas, Italianas, Espanhola e eu sempre gostei muito,
cantava junto, mas não sabia de nada que estava cantando, então
eu queria saber cantar, falar, saber o que a música queria
dizer. Eu comecei a estudar Inglês, não em cursinho, mas na
escola, na 5ª série, tinha notas muito boas em Inglês,
gostava muito, passava sempre com 100. O Inglês da minha
escola não era bom, era de escola estadual, periferia. Então
eu considero que eu comecei a estudar a Língua efetivamente
foi quando eu comecei a fazer o curso de letras, há 13 anos
atrás, então foi aí que eu tive o ensino formal da Língua,
onde os professores falavam Inglês a todo tempo e a gente
tinha que falar também, tínhamos que escrever e tudo. Ao
mesmo tempo que eu comecei a fazer Inglês eu também comecei
a fazer Francês e Espanhol também. Como base pra eu fazer
todas essas Línguas ao mesmo tempo, eu sempre tomava como
base a minha Língua. Para mim, um método muito bom que
sempre funcionava comigo é comparar a minha Língua com as
outras que eu estava adquirindo. Então, eu fazia uma comparação
estrutural... Para mim era muito válido. Existem algumas
teorias que falam que não é válido, mas para mim, valeu,
valeu muito bem porque com dois anos que eu estava fazendo
Inglês, eu já sabia bastante coisa, pelo prazo de dois anos.
É claro que não podia dizer que eu já era fluente na Língua,
lógico que não, mas eu já sabia bastante, se você pegar a
média de alguém que só tinha dois anos de Língua. Por
exemplo: eu, com dois anos e meio de Inglês, mais ou menos, já
estava dando aula particular para uma menina que, no caso, faz
Inglês há dez anos. E como eu sempre gostei de músicas,
tanto que foi por isso que eu quis fazer Inglês e todas as Línguas
também. Então eu ouvia músicas, e fazia traduções
daquelas letras. Eu também acredito que o fato de estar
fazendo mais outras duas Línguas além do Inglês, foi de uma
certa forma útil pra mim, porque depois de um certo tempo eu
já não estava tomando como base só a minha materna, mas
também fazia uma comparação com as outras Línguas que no
caso eu estava aprendendo. Por exemplo, na Língua Francesa
existe o sujeito apostivo. No Francês toda oração tem que
ter sujeito, como no Inglês. Eu também fazia comparações
estruturais mesmo de vocabulário, por exemplo: no Francês
table e no Inglês table, essas coisas assim...Ao mesmo tempo,
isso foi bom pra minha própria Língua materna porque como eu
estava também estudando outras duas Línguas Românicas e
sempre estava fazendo comparações estruturais. Então, por
exemplo: eu passei a compreender melhor em português, porque
a gente tem o modo subjuntivo. A gente enquanto falante da Língua
nativa a gente não vê isso muito de fora e quando você vai
estudando uma outra Língua Românica ou mesmo o Inglês, que
não é uma Românica. Então o subjuntivo no Inglês não é
tão claro e tão óbvio como é pra gente, então isso me fez
fazer essas comparações, que foram útil pra mim na minha própria
Língua, na minha Língua materna. Não era sacrifício pra
mim, se modo algum eu chegar em casa e abrir a minha gramática
pra ler ou abrir dicionários pra ler ou então assistir
filmes em Inglês tentando, não só lendo a legenda, mas também
querendo saber o que é que estava sendo dito, então eu me
desvinculei daquela coisa de “ah! Só basta ler ali e já
está bom... Não quero nem saber o que eles estão
falando”, então eu sempre fazia isso. Como eu gosto muito
dessa parte de comparações, de pegar e comparar uma Língua
com a outra, eu sempre comparava o que eles estavam falando
com o que estava sendo escrito, eu via que ele tinha situações
mal feitas, outras bem feitas, no sentido de que eles falavam
uma coisa, mas a tradução por não ser ao pé da letra fazia
com que aquela versão em português ficava uma coisa muito
mais bizarra do que você pegar a tradução ao pé da letra,
então eu pude ver isso, como que a gente usa certos termos
aqui, mas se você for usar em outra Língua você tem que
usar em outro termo, senão não faz sentido, então ao mesmo
tempo que eu trabalhava, que eu fazia aquelas comparações
estruturais, eu me tornava cada vez mais consciente, porque
logo quando a gente começa a fazer alguma Língua a gente
acha que é só fazer a tradução literal que está tudo
muito bom, então por isso que tem muita gente que é contra
você dizer “ah! Quando você está fazendo alguma Língua
você não pode fazer tradução”, mas aí, comigo, foi ao
contrário e eu fiquei consciente de que a tradução Literal,
realmente, muitas vezes ela não funciona, mas quando a gente
a prende a comparar “ah! Nessa Língua a gente expressa isto
usando essa palavra, na outra Língua a gente usa assim e na
outra Língua assim, como eu estava te falando, isso pra mim
foi muito bom, então, eu sempre comparava três Línguas ao
mesmo tempo, então, “n” em Francês é assim, no Espanhol
assim e no Inglês assim e no Português se parece um pouco
com o Francês quando se fala. Então, ás vezes, eu era
muitas vezes surpreendido que alguma coisa em Português que
eu achava que seria uma coisa completamente diferente,
coinscida com o mesmo termo. Então, eu posso dizer que grande
parte da minha aprendizagem foi fazendo comparações entre as
Línguas.
Pergunta: Você já
teve algum contato com estrangeiros? Como foi?
Eu já tive contatos
com estrangeiros, mas não um contato que eu pudesse falar
“ah! Foi um fato novo eu ter tido contato com estrangeiro que
facilitou para mim. O contato que eu tive com estrangeiros foi
na época que eu estava fazendo Inglês e que eu estava fazendo
outras Línguas, mas a gente não tinha a internet tão
amplamente disponível como é hoje, hoje todos tem acesso,
naquela época a gente não tinha tanto acesso, então, eu
entrei para um clube que se chamava pen friends, era um clube,
que você pagava uma taxa “x” e você falava com quais países
você gostaria de ter contato com pessoas em tal língua. Aí eu
escolhi 5 países, em que eu queria ter contato em Inglês.
Depois disso eles te mandam uma lista de 12 ou 15 pessoas,
alguma coisa assim, com endereços delas no outro país e seu
nome também é mandado para aquelas pessoas naqueles países
que entraram para esse clube. Aí eu comecei a entrar em contato
com eles, através de cartas. Então, eu tinha contato com
pessoas que eram falantes nativas do Inglês, que eram de países
de Língua Inglesa como também com as pessoas que não eram
falantes nativas porque não moravam no país onde a Língua
Inglesa era falada. Assim eu conheci bastante gente, passava
grande parte do meu tempo escrevendo cartas, porque foi muito
bom, muito útil, me ajudou bastante, então hoje até dando
aula eu falo com meus alunos que hoje está muito mais fácil,
porque antes eu tinha que ficar mandando cartas, entrar para
clubes e hoje não, você vai à uma festa e já conhece gente
ali para conversar ao vivo, você vai usar muitas expressões diárias.
Na carta você é mais formal, você não está tendo aquele
contato direto e também se você quiser alguma coisa mais
informal por e-mail é muito mais rápido, então na minha época
o contato que eu tinha era mais escrito e ás vezes na letra
sempre tinha algum caso de aluno de fora fazendo intercambio que
eu também tinha contato, mas era aquela coisa mais de escola
mesmo, então meu contato com estrangeiro era assim. Depois que
eu tinha feito o Inglês, que já tinha até me formado, que eu
comecei a fazer o Italiano, incrivelmente, como eu já sabia 3 línguas
Românicas que são o Espanhol, o Português e o Francês e o
Italiano, ficou muito claro pra mim atividades de percepção,
então, tudo que a professora falava eu compreendia, quando ela
ia ensinar algum tópico gramatical para mim era “sopa”,
quando ela ia ensinar o passado em Italiano, era a mesma coisa
do passado no Francês, igualzinho: usa o verbo “ser” ou o
verbo “ter”, dependendo do verbo e quando ela ia ensinar o
verbo ezist’er que funciona igual aos verbos “there is” e
“there are”, então para mim era muito claro, muito claro, só
que eu não conseguia falar, a parte gramatical e a parte de
vocabulário para mim eram muito claras, só que quando eu ia
falar ou saía Inglês ou saía Espanhol ou um pouco de Francês,
então eu não conseguia ganhar influência na Língua para
falar. Aí eu viajei de férias, fui para a Bahia e para onde eu
fui tinha um grupo da Itália e eles eram capoeiristas e estavam
lá fazendo um curso de capoeira na Itália, mas eles não
falavam Português, aí fiquei no meio do grupo, conheci o grupo
e só falando Italiano, primeiro começando bem, aí eu fiquei
com eles por volta de 15 dias. No final dessas duas semanas, meu
Italiano estava fluencíssimo, eu já estava conseguindo falar
Italiano sem pensar em Inglês ou Espanhol, que tinha uma influência
mais forte. Então esse contato com o estrangeiro Italiano para
mim foi fenomenal porque quando eu voltei de férias, eu tive
aula com a mesma professora e ela perguntou à mim se eu tinha
isso à Itália, porque eu tinha ficado muito mais fluente no
Italiano aí eu disse que não, que e Itália tinha vindo até
mim.
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