Aristóteles Guimarães Gomes (Aluno do programa de pós-graduação em Letras e Lingüística da UFG, sob A orientação do professor Francisco José Quaresma de Figueiredo). Idade: 23 anos; Estuda Inglês desde a quinta série, mas somente a partir de 2003 começou a aprofundar os conhecimentos sobre o idioma.  Graduou-se em Letras Português-Inglês em 2007. E-mail: aristossocrates@yahoo.com.br

Quando entrei aqui no curso de Letras da UFG, meu domínio de Inglês se restringia ao verbo "To be". Em um primeiro momento entrei em pânico, pois nunca tinha assistido a uma aula em que o professor falasse o tempo todo em Inglês. Meus colegas que já tinham domínio da língua achavam as atividades muito fáceis e eu ficava aterrorizado com as mesmas. Acabei ficando de exame final no primeiro ano do curso (2003). Anterior a isto, no mesmo ano, houve um seminário de língua estrangeira. Muitas palestras eram em Inglês. Durante uma palestra, um aluno de uma renomada instituição disse que eu estava no lugar errado, pois eu não tinha domínio do idioma. Confesso que sai desta palestra muito humilhado. Jurei para mim mesmo que aprenderia a língua e que não deixaria que ninguém me humilhasse mais.

          Comecei a pegar muitos livros na Sala de Leitura de nossa faculdade, a ler revistas, a usar a internet. Usei muitos métodos, inclusive o de tradução (pegava a palavra em inglês e colocava a correspondente em português e vice-versa). Outra estratégia foi aprender a usar as transcrições fonéticas das palavras novas que ia aprendendo sozinho. Em seguida, tentava usá-las nas aulas e testar se a pronúncia estava certa, se era adequado ou não utilizar a palavra naquele contexto. Sempre gostei muito de literatura. Decidi usar isso a meu favor. Como estava no segundo ano do curso, ainda tinha limitações lexicais na língua estrangeira. Então eu pegava estórias curtas e com um vocabulário adequado ao meu nível.  Uma vez uma professora me disse que, com o tempo eu fosse aumentado o nível de dificuldade dos textos, já que assim o meu nível de proficiência iria aumentar. Isso foi muito bom.

         À medida que ia aprendendo, comecei a falar mais nas aulas. A professora disse também que eu não deveria me importar com as críticas dos mais fluentes. O importante era que eu falasse, não importando se fosse de maneira correta ou não. E não se esquecesse de que todos ali foram basic students um dia. Os conselhos dela foram de grande valia. Usei durante o resto do meu curso, principalmente no segundo ano. Era o ano de 2004. A professora e a turma eram excepcionais. O clima era bom e ninguém tinha medo de errar. O importante sempre foi a comunicação. Isso influenciou muito meu aprendizado. De certa forma, me auxiliou a continuar no inglês a partir do terceiro ano, quando tínhamos que optar pela habilitação.

         No terceiro ano, tudo foi ainda mais intenso. Fui aluno de uma professora muito exigente. Ela foi uma pessoa que me ajudou ainda mais. Sua exigência era alta, mas sempre me dizia” Você é capaz”. Esforce e verá os resultados no final. Aconteceu como ela  afirmou. Utilizei o livro de pronúncia do New Headway para melhora minha pronúncia e combater os erros que estavam prestes a fossilizar. Quando aprendia uma palavra nova, fazia transcrição fonética e utilizava mesma nos textos que deveria escrever. Uma forma de forçar o aprendizado da mesma. Freqüentei a monitoria para melhorar a minha fala. Geralmente, conversávamos sobre os tópicos estudados em sala de aula e também sobre temas do nosso cotidiano. Melhorei minha habilidade de fala de tal forma que falar já não era algo aterrorizador.

          No quarto ano, foi a vez de iniciar meus estudos em Literatura Americana. O método usado pela professora contribuiu muito para despertar em mim o gosto pela língua inglesa. Fazíamos muitas composições sobre os textos que líamos. Meu vocabulário teve grande improvement. Aprendi a escrever academicamente em língua estrangeira. Além disso, adquiri visão crítica sobre a literatura e a cultura americana. Confesso que esta professora me ensinou a ver o ensino de línguas não como mera memorização de estruturas, mas como um processo  de entrar em contato com outra cultura e estabelecer diálogo com a mesma.

           Devido a tudo isso, decidi, ao final do curso (2007), prestar concurso de mestrado na área de ensino aprendizagem de inglês aqui na UFG. Fui aprovado. Estou muito feliz, pois os resultados do meu esforço estão chegando. Aos meus mestres, o meu muito obrigado. Sem a ajuda deles talvez eu não tivesse tido tanta coragem para enfrentar o desconhecido e o difícil.