Nome: Emilia Maria Matos Garcia

Idade: 57 anos

Tempo de estudo da língua: não informado

Narrativa coletada por Vanessa Cristiane Rodrigues Bohn em agosto de 2005

 
Meu nome é Emilia e eu tenho lidado com a língua inglesa a mais de trinta anos, eu comecei a me preocupar com o inglês quando eu mudei de colégio, e o nível do pessoal lá era mais avançado do que o meu. Então eu tive que pegar uma professora particular na época, eu estudei com ela uns dias só ai eu comecei a ter gosto pela língua.

A partir daí eu entrei num cursinho de inglês, fiz três anos de inglês e na época eu ganhei uma viagem á Europa, a passagem aérea como primeiro lugar do curso e depois disso tentei o vestibular para Letras. Só que é lógico que eu não falava inglês, a gente sai do curso sem falar e não era essa facilidade que hoje tem um menino para aprender, ouvindo, vendo com internet, filme, podendo assistir o filme toda vez que quiser. Isso não havia na nossa época.

Então no meu caso, por exemplo, eu tinha um amigo que ia ao cinema às duas horas da tarde assistia à primeira sessão, entendendo lendo e depois ele ficava mais duas sessões para ouvir o inglês. Mas isso era impossível para mim, porque eu trabalhava o dia inteiro, trabalhava e estudava porque na minha casa precisava na época de mais ajuda. Então na realidade depois que eu me formei no curso de Letras é que eu fui aperfeiçoar no inglês, não estudando fora, mas trabalhando, você vai dando aula você vai aprendendo. E você está sempre aprendendo, todo ano você esta aprendendo alguma coisa nova, isso é lógico.

E eu gosto muito de ouvir CNN, gosto de ver filmes sem legenda, procuro sempre filme, se não tiver sem legenda, pelo menos legendado, ouvindo a língua; o inglês. O máximo possível que eu possa ouvir; estar em contato com a língua.

É lógico que eu não falo inglês perfeitamente bem, sempre há palavras que a gente desconhece. Inglês é uma língua que tem o maior vocabulário do mundo, eu acho. Tem um vocabulário muito grande. Estou sempre aprendendo, não paro de aprender não.

Você teve alguma dificuldade?

Na realidade quando eu estava no curso, no ginásio que é o primeiro grau. Acho que na sétima série, eu não lembro mais em que serie foi ou quinta série. A professora deu um exercício de inglês e eu não estava entendendo nada. Então eu perdi média, então aquilo pra mim foi um horror porque eu nunca tinha perdido média na minha vida. Foi quando eu procurei ajuda, ai eu estudava sozinha em casa, pegava toda palavrinha para saber o que significava. Estudei e me sai bem. Só quando eu mudei de escola, que o nível era muito maior eu peguei uma professora particular, mas foram poucas aulas, forma no caso umas cinco aulas no máximo que eu me lembro. Depois disso eu peguei gosto e comecei a estudar sozinha. E tanto é que no cursinho de inglês fora era o British Brazilian College, na época eu fui a primeira aluna, ganhei até a viagem.

Mas fora isso é sempre estudando sozinha. Trabalhei muito com escolas do Estado, da prefeitura e que na realidade você não pode usar o inglês como você usa aqui, por exemplo, no Colégio Militar ou em cursinho. Por que aqui a gente fala com os meninos em inglês o tempo todo. Mas no Estado se você chegar e começar “Good morning” “How are you?”, os meninos vão dizer: “professora o que é isso, não estamos entendendo nada!” Então é difícil é complicado, mas mesmo assim a gente consegue aos pouquinhos. Eu trabalhei na escola Leoni Reno e conseguia com os meninos um pouquinho, tinha uns que conversavam comigo em inglês. Aos poucos a gente consegue.