O
meu processo de aquisição da Língua Inglesa
foi interessante porque eu sempre gostei do Inglês desde
a minha época do primário. Eu sempre estudei Inglês
no colégio Izabela Hendrix, desde o Juscelino, que é
o que eles gostam de chamar. Sempre me interessei muito pela Língua
e pedi aos meus pais que ao invés que eles me dessem a
minha festa de 15 anos, me dessem uma viagem ao exterior. Então
eu fui como estudante de intercâmbio pros Estados Unidos,
morei lá um ano pra eu poder falar o Inglês do jeito
que eu gostaria. A minha experiência lá foi muito
rica porque eu fiquei numa cidade distante, onde eu não
tinha o menor contato com Brasileiros, então acho que apesar
da saudade, brasileiro é muito apegado, a gente tem muitos
laços afetivos, então eu muito nova nessa parte
foi muito difícil, mas tudo na vida tem seu lado positivo
e eu achei que foi extremamente valioso pra mim ter ficado longe
da fronteira, não fiquei em Flórida, não
fiquei em nenhum desses lugares. A incidência de pessoas
que falam Espanhol e mesmo Português, muitos brasileiros
em Boston e isso fez com que a minha aquisição da
Língua fosse uma coisa bem produtiva. Eu morei em um subúrbio,
em Chicago, numa época em que a comunicação
não era como é hoje, facilidades de internet, interurbano,
celular... Não tinha nada disso. Então eu fiquei
fazendo uma imersão durante todo o ano. Lá a gente
tinha um encontro semestral com o grupo de Brasileiros e viajamos
juntos, cada um ficou numa estado diferente nos Estados Unidos,
nós nos encontramos 2 vezes, uma no primeiro semestre e
outra no segundo semestre para trocarmos experiências, bater
um papo para saber como estavam as coisas para cada um e com isso
eu acabei me apaixonando de vez pela Língua Inglesa. Aí
eu voltei para o Brasil e logo em seguida eu comecei a Lecionar
porque o meu maior medo era voltando para o Brasil eu perder o
contato com a Língua, naturalmente eu iria perder fluência,
perder vocabulário e não iria tirar proveito de
todo aquele investimento que meu pai tinha feito. Então
eu comecei a Lecionar, continuei estudando por fora, fazendo cursos
para manter o contato com a Língua. Alguns anos depois,
eu fui para a Inglaterra, porque eu era apaixonada pelo sotaque
do Inglês Britânico, eu já falava Inglês
mas não de uma forma que eu gostaria de falar e lá
fui eu de novo para o exterior. Morei mais um ano em Londres,
fazendo cursos numa escola que se chama Iternational House que
está acostumada a receber só estrangeiros e foi
uma experiência melhor que a primeira, primeiro porque eu
já estava mais madura, segundo porque eu fiquei hospedada
na casa de uma senhora que foi uma mãe para mim na verdade
e o estudo também, a escola mais específica no ensino
da Língua para estrangeiros. Foi uma coisa maravilhosa
a oportunidade que eu tive na vida. Se eu pudesse aconselhar as
pessoas de como aprender Inglês, naturalmente eu aconselharia
a pessoa viajar, ir para fora e fazer a imersão que eu
fiz porque eu não acredito que em cursinhos de Inglês
no Brasil de 1 ou 2 vezes por semana, a pessoa vá aprender
como eu aprendi, pode até ser que consiga, porém
levará muito mais tempo do que eu levei porque você
fica 24 horas por dia falando Inglês, ouvindo, jornal, televisão,
escola igreja, supermercado, rua, ônibus... Todos os lugares
que você vá, até banca de jornal, qualquer
coisa que você vá fazer, você tem que falar
Inglês e eu acho que o mais difícil não é
nem você se comunicar, o mais difícil é você
entender o que as pessoas falam, o que o estrangeiro fala porque
é muito diferente, com certeza. È como a gente fala
no Português, vamos supor: a gente ensina o estrangeiro
a falar Português assim: “como vai você”?
Aí, ele com muita dificuldade “como vai você”,
porque o acento é complicado. Aí quando chega na
prática da vida, ninguém pergunta ele à ele
assim, as pessoas perguntam assim: “Oi, como é que
c tá”? Olha só a diferença de “Como
é q c ta” pro “Como vai você”,
que ele aprendeu, então eu acho que essas experiências,
essas vivências que a gente decora são de uma importância
tamanha que não tem como misturar é difícil,
porque são tantos parâmetros de aprendizagem que
chegue aos pés de uma vida lá fora.
Pergunta: Você
teve alguma dificuldade?
Muitas. Tive muitas dificuldades
porque quando eu fui para os Estados Unidos pela primeira vez
eu sabia muito pouco, tinha estudado primário, admissão,
que naquela época existia. Então, o meu conhecimento
em Inglês era zero. Então, eu fiquei praticamente
dois meses muda porque além de eu não conseguir
me comunicar eu não conseguia entender o que as pessoas
falavam, eu levei um dicionário, Collinis, meu mascote,
que até está comigo hoje. Isso aqui eu levava debaixo
do braço, que me ajudou no início, comecei a fazer
minhas matérias na escola porque eu tinha que estudar e
o que valeu para mim aqui, no Brasil, foi a freqüência
das aulas lá. Agora, lá você pode escolher
as matérias que você quer estudar. Então,
eu escolhi o Inglês, mas foi complicadíssimo porque
na verdade foi literatura, sons, tinha que aprender Shakespeare,
imagine, eu que não estava sabendo falar “how are
you” tendo que aprender Shakespeare... foi complicadíssimo
para mim, eu tive muita dificuldade no início. Mas em contrapartida,
eu acho que eu aprendi muito bem por causa da falta de contato
mesmo com Brasileiro, com pessoas que falavam Espanhol. Então
eu acho que na há aprendizado melhor do que a imersão.
Meu nome é Mara Mancini, sou professora de Inglês
desde que eu voltei dos Estados Unidos, tem mais de 20 anos. E
quando eu voltei da Inglaterra eu continuei estudando. Aí
eu fui fazer o Proficiency e com o diploma do Proficiency eu fui
fazer letras na federal porque aí a gente pode fazer só
as matérias didáticas, se tiver despertado alguma
dúvida de coisas do diploma porque quer prova maior que
você sabe com o diploma do proficiency na mão e me
formei em Letras e continuo lecionando e amo o que eu faço,
faço com prazer.
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