PAIVA, V.L.M.O. A www e o ensino de Inglês. Revista Brasileira de Lingüística Aplicada. v. 1, n1, 2001.p.93-116

 

A WWW E O ENSINO DE INGLÊS

Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva (UFMG)

 

This article, theoretically supported by the social-cultural theory and the communicative approach, discusses the role of the Internet as a privileged environment for interaction and language learning. Positive and negative points of the web are presented and the potentialities of the new technology for language learning are exemplified. The last part of the text presents a large variety of resources available on the net.

INTRODUÇÃO

Os velhos laboratórios de línguas estrangeiras estão em agonia acelerada. As cabines que isolavam os alunos com seus fones de ouvido e gravadores individuais, impedindo quase sempre a interação com os demais colegas, cedem lugar aos laboratórios multimídia com acesso à Internet. Os novos laboratórios rompem as paredes da sala de aula ao propiciar a comunicação com o mundo, trazendo para dentro da escola possibilidades variadas de interação com nativos ou aprendizes da língua alvo. Como dizem Leiner at al (2000) “the Internet is at once a world-wide broadcasting capability, a mechanism for information dissemination, and a medium for collaboration and interaction between individuals and their computers without regard for geographic location.” Sendo assim, é desnecessário dizer que as tecnologias de informação deveriam fazer parte dos currículos de Letras, pois os professores deste século precisam estar tecnologicamente alfabetizados para que possam integrar essas novas formas de comunicação ao seu planejamento pedagógico.

 A Internet

 A Internet surgiu em 1969, quando o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, preocupado com a guerra fria, a corrida armamentista e a necessidade de compartilhar de forma segura informações sigilosas, criou uma rede eletrônica –  A ARPANET. Essa rede tinha a finalidade de transferir, de forma espantosamente rápida, uma grande quantidade de dados de um computador para outro.

A ferramenta inicial da Internet foi o correio eletrônico associado à possibilidade de transferência de arquivos textos através de acesso remoto (FTP – file transfer protocol). Em seqüência, veio a World Wide Web (WWW) que reúne informações em forma de texto, imagens, vídeo e som, de forma isolada ou multimídia. A primeira versão da WWW foi colocada na Internet em 1991, mas foi com o lançamento do navegador (browser) Mosaic, em 1993, e o conceito de hipertexto que o crescimento da Web se  intensificou. (Crossman,1997; Levy,1997:23-4).

No que diz respeito ao ensino de língua inglesa como segunda língua, podemos afirmar que a criação, em maio de 1991, da lista de discussão eletrônica TESL-L[i] foi um marco na área. Essa lista, financiada em seus 3 primeiros anos pelo Ministério de Educação Americano é, atualmente, um projeto conjunto da USIS e da City University de Nova York. Em 1997, a lista possuía 14155 membros em 99 países. Em 27 de fevereiro de 2001, as estatísticas da lista registravam 27.749 membros em 159 países, com uma média de 10 mensagens por dia.

A lista se divide em várias sub-listas e, dentre elas, é de especial interesse para o propósito deste trabalho a TESLCA-L – Technology, computers and TESL – fonte da maioria dos endereços coletados para a formação de meu banco de dados de fontes para ensino e aprendizagem de inglês na Web. As outras sub-listas são: “Fluency First” and whole language online seminar; Intensive English Programs, teaching and administration; Adult Education and Literacy; Jobs. employment, and working conditions in TESL/TEFL; Materials Writers; e English for Specific Purposes.

Filiei-me a essa lista logo depois de sua criação e avalio que a interação com colegas do mundo inteiro tem sido para mim uma verdadeira oportunidade de educação continuada. Dúvidas são coletivamente discutidas; referências bibliográficas são sugeridas; coleta de dados para pesquisa são constantemente realizadas; contatos importantes são feitos; endereços de pesquisadores são obtidos; projetos coletivos são realizados; livros são escritos a várias mãos; sugestões de atividades para a sala de aula são trocadas; chamadas para congressos são divulgadas; etc. Além disso, há um banco de dados com artigos e matériais para ensino; descrição de cursos; listas de software; informações sobre as associações TESOL e IATEFL, etc. Esses arquivos são acessíveis através de comandos[ii] enviados por email.

Com o desenvolvimento da Internet e o crescimento da WWW, um número incalculável de homepages tem sido criadas e os recursos para a aprendizagem de inglês foram ficando cada vez mais diversificados e sofisticados. Além desses sites específicos para a aprendizagem de línguas, houve um aumento substancial na quantidade e qualidade de input na língua alvo, em forma de texto e áudio. Hoje é possível ler jornais no mundo inteiro publicados em inglês. Por exemplo, um site brasileiro (Banca de Revistas http://www.bhnet.com.br/banca/) disponibiliza o endereço de jornais e revistas no mundo inteiro e o aprendiz pode ler e imprimir o que lhe interessa.

Segundo Félix (1998:19), os materiais vão se tornando mais interessantes, em termos do que consideramos ideal para um bom ensino de língua,  à medida que a tecnologia vai se desenvolvendo. Ela descreve a progressão de interatividade proporcionada pela tecnologia da Web na seguinte seqüência: livros didáticos eletrônicos; som e vídeo (numa extensão menor); exercícios com feedback online; tarefas interativas; mecanismos que permitem a comunicação direta com o professor e com outras pessoas. Ela cita o aparecimento de CGI[iii] (Common Gateway Interface), aplicativos de ajuda, plug-in (um aplicativo adicional para paginadores da Web ─ browsers ─ que habilita funções extras como exibição de videoclipes, imagens 3D ou apresentações multimídia),  e Javascript (linguagem de programação que estabelece interatividade adicional ao ser embutida a páginas Web). Eu acrescentaria, também, a tecnologia Flash, que permite animações de muita qualidade.

Beaugrande (no prelo), ao discutir cognição e tecnologia na educação e “engarrafamentos” na transmissão de informação, afirma que a tecnologia sempre esteve presente na educação para viabilizar a representação da informação. Ao longo do artigo, ele demonstra que as várias tecnologias empregadas na educação: quadro negro, caderno, máquinas de ensinar[iv], laboratórios de línguas apresentavam seus “bottlenecks”, ou seja suas limitações na transmissão de informação. Segundo ele,

 “later waves of more mechanised technologies like teaching machines, PCs, and language laboratories, have not removed the bottlenecks but have, on the contrary, implicated fresh bottlenecks, mainly due to the requirements of the machines to represent things in terms of ‘codes’ that are not processed the way humans process natural language.”

 Beaugrande propõe substituir a palavra tecnologia no planejamento educacional por Hipertecnologia e defende sua sugestão da seguinte forma:

“It can usefully link up with the term hypertext, which was coined by Nelson (1965) to describe ‘an ongoing system of interconnecting documents’. The hypertext would provide access to the relations between any one text and the other texts which relates or refers. In turn, the term hypermedia ‘expands the concept of hypertext to include other forms of digital information, e.g., graphic images, audio, video, and animation’, and to ‘present the material interactively’ in response to the user’s choices.” (Ebersole 1997:20; cf. Stebelman 1997)

            Seguindo a linha de raciocínio de Beaugrande, podemos prever que os recursos disponíveis na Web, por serem não-lineares e multidimensionais, podem oferecer aos aprendizes um ambiente mais rico para aquisição da língua inglesa do que os materiais tradicionais. Assim, a Web, além de sua característica “just in time” pode ser explorada de forma a ser “just for”, ou seja, adequada aos diferentes estilos cognitivos e às formas preferidas de aprender.

Segundo O’Leary (2000:29), estudo publicado em S. Lawrence, April 1998, estimava a existência de cerca de 320 milhões de homepages na Web e a perspectiva era de que esse número aumentaria em 1000% em poucos anos. Os inúmeros sites disponíveis na Web e todos os recursos reunindo imagem e som criam um ambiente cognitivo que proporciona à nossa mente experiências semelhantes àquelas vividas no nosso dia a dia. Pensamos, aprendemos e recordamos, movendo nosso pensamento através das palavras, imagens e sons, fazendo intervalos para interpretar, analisar e explorar as informações em nossa volta. Voltamos ao ponto  inicial e tentamos novos caminhos de raciocínio. Assim também é a Web. A aprendizagem através de seus recursos é natural e espontânea, pois podemos selecionar os materiais e escolher nossos caminhos de acordo com nossos interesses e motivação. A aprendizagem se dá através de descobertas individuais, de solução de problemas, de tentativas diversas, do fazer e refazer, de acordo com o ritmo de cada um. Mas a Web não é apenas um local para se resolver problemas. É um local para apresentar novas idéias, experimentar, criar.

No ensino tradicional, o professor é responsável por fazer ou induzir as conexões entre as informações, pois o material didático é todo previamente selecionado. Isso não significa que alguns alunos não partam em busca de outras fontes ou de outras conexões, mas essa autonomia é bem menos provável do que quando se trabalha com material da Web. Quando usamos o material eletrônico, é impossível prever todas as conexões que o aluno fará através das inúmeras possibilidades que o hipertexto possibilita. As pessoas e os conhecimentos estão inseridos em um emaranhado de informações. Novos caminhos podem ser gerados a qualquer momento quando uma pessoa faz uma conexão justapondo conceitos que nunca haviam sido antes associados. Esse ambiente, além de ser mais propício a um tipo de educação menos conservadora, representa um estímulo a abordagens de ensino mais centradas no aluno.

            O aprendiz pode trabalhar sozinho ou se engajar em grupos, aprimorando assim sua inteligência interpessoal definida por Gardner como a habilidade de compreender, trabalhar e conviver com os outros[v] (Altan, 2000:53). A Web nos ajuda a sair do foco no ensino para o da aprendizagem. O professor deixa de ser aquele que transmite conhecimentos para ser aquele que ajuda a organizar as informações e que oferece trilhas de conhecimentos, exercendo o papel de guia para seus alunos. Segundo Collins[vi], (1991) citado em Tella (1996:11), a adoção de tecnologias implica várias mudanças. O professor deixa de fazer palestras e exposições para ser um facilitador e um coach. Diz Collins:

  “the teacher guides and empowers students to discover the facts, processes and  concepts necessary to complete their understanding of a topic and to use this in writing a paper, creating a plan, or carrying out a project. There is strong evidence that students become empowered and engaged in the activities they carry out while using computers”

 Kelm (1996:27) acrescenta que

 “[T]he techonology allows language instructors to function in new roles, designer, coach, guide, mentor facilitator. At the same time the students are able to be more engaged in the learning process as active learners, team builders, collaborators, and discoverers.”

         Para o professor, a Web é rica em infinitas possibilidades de combinações e de fonte para tarefas diversas. Uma das tarefas do professor é não só a de buscar informações, mas também a de divulgar conhecimento em parceria com seus alunos. A situação ideal seria que o professor fosse auxiliado por especialistas em informática para geração e manutenção das homepages, mas a parceria com um Web Designer e outros especialistas, na prática, é quase impossível. É necessário, portanto, que os educadores se alfabetizem tecnologicamente para melhor proveito tirarem da tecnologia.

            Vários são os pontos positivos da Web, mas contrapontos negativos também podem ser listados. O quadro abaixo nos ajudará a visualizar os dois lados da mesma moeda.

 

PONTOS POSITIVOS DA WEB

PONTOS NEGATIVOS DA WEB

Variedade de informação

Excesso de informação

Possibilidade de atualização constante

Ausência de atualização em algumas homepages

Ambiente multimídia: imagem, som, vídeo

Lentidão no carregamento da informação  proporcional à quantidade de recursos

Facilidade de navegação

Necessidade de atualização constante de softwares

Diversidade de material

Nem todo material é de boa qualidade

Possibilidade de escolha de informação

Nem toda informação é confiável

Reponsabilidade individual na escolha de informação

Excesso de opções dificultando a escolha

Cada um interage com a informação de acordo com seu próprio ritmo

Leitura de muita informação na tela é cansativa

Gratuidade da informação

O preço do impulso telefônico é caro

Fomento a educação continuada

Nem todos os cursos são gratuitos

Rapidez no acesso à informação

Necessidade de refinamento na busca das informações. As informações nem sempre são localizadas

Acesso a textos em processo de construção

Algumas homepages ficam eternamente em construção

Uso por tempo ilimitado

Volatilidade da informação. Algumas páginas desaparecem rapidamente

Possibilidade de acesso aos autores

Algumas homepages são anônimas

Orientação da leitura através de mapas de navegação.

Algumas homepages são mal organizadas

Possibilidade de leitura não linear

A viagem através de hipertextos pode desviar a atenção do objetivo principal

             Apesar dos possíveis pontos negativos, a web apresenta um ambiente rico em oportunidades de construção de conhecimento, cabendo ao usuário saber lidar com as limitações que listamos acima.

            A seguir discutirei o suporte teórico que nos permite eleger a web como um local privilegiado para a aprendizagem de línguas estrangeiras, e, em especial, a língua inglesa.

 SUPORTE TEÓRICO

 A utilização de material da web para aprendizagem de línguas encontra respaldo na teoria construtivista, na teoria sócio-cultural e na versão forte da abordagem comunicativa.

 O construtivismo e o sóciointeracionismo

             Para Piaget, os aprendizes aprendem buscando informação no mundo e construindo seu próprio conhecimento e não através de informações transmitidas por outros. O conhecimento é construído pelo indivíduo através de ações no mundo.

            Ao ensinar nossos alunos a buscar e processar informações armazenadas na Web, estaremos   contribuindo para formar um cidadãos responsáveis pela construção de seu conhecimento e preparados para a aprendizagem ao longo da vida. A formação continuada é um requisito atual e a autonomia uma característica básica dos aprendizes do século 21.         

        Mas a Web não é apenas o local de se buscar informação. A rede é o local, por excelência, das interações, da colaboração, do compartilhamento.

            Vygotsky ( 19984:31) ressalta o papel social da linguagem ao dizer que

 Signos e palavras constituem para as crianças, primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas. As funções cognitivas e comunicativas da linguagem tornam-se, então, a base de uma forma nova e superior de atividade nas crianças, distinguindo-as dos animais.

 É através da linguagem e da interação com os outros que as crianças vão ampliando seus conhecimentos. No caso da aprendizagem de uma língua, a interação é imprescindível, pois a língua é por sua natureza social. Aprende-se uma língua para se comunicar com os outros, seja por meio escrito ou por meio oral.

            Um dos conceitos mais importantes na teoria proposta por Vygotsky (1984:97) é o conceito de zona do desenvolvimento proximal, que ele define como

 "a distância entre o nível do desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes."

            Apesar do conceito ter sido utilizado para explicar a aprendizagem de crianças, considero-o perfeito para explicar a aquisição de uma língua estrangeira por crianças ou adultos. Para Vygotsky, o nível de desenvolvimento real de uma criança seria definido por aquilo que uma criança pode fazer independentemente e a zona de desenvolvimento proximal seria determinada pelos problemas que a criança só pode resolver com alguma assistência. Assim, também na aprendizagem de uma língua estrangeira podemos encontrar algo paralelo a esses dois estágios. Um aprendiz de uma língua estrangeira é capaz de utilizar algumas funções da língua, mas pode não ser ainda capaz de usar ou processar outras mais complexas por lhe faltar estruturas lingüísticas ou mesmo vocabulário.  No entanto, com a ajuda de parceiros, através de testagem de hipóteses e de negociação de sentido, esse mesmo aprendiz pode obter sucesso em situações comunicativas, sejam elas via interação oral ou escrita. As interações eletrônicas – email ou chat – são excelentes canais para esse tipo de aprendizagem colaborativa.

Hatch (1978:404) ressalta a importância da conversação ao propor uma teoria de aquisição que nega os pressupostos estruturalistas. Diz ela: 

It is assumed that one first learns how to manipulate structures, that one gradually builds up a repertoire of structures and then, somehow, learns how to put the structures to use in discourse. We would like to consider the possibility that just the reverse happens. One learns how to do conversation, one learns how to interact verbally, and out of this interaction syntactic structures are developed.

Para Hatch, antes da aquisição das estruturas sintáticas, o falante aprende como conduzir uma conversação. Ao interagir, o falante vai adquirindo as estruturas sintáticas. Assim, podemos concluir que a aprendizagem se dá através do esforço em se comunicar e não através da repetição e imitação de estruturas sintáticas ordenadas em um nível crescente de dificuldade como prescrito pelas abordagens estruturais. A Internet oferece um ambiente propício à interação com falantes nativos ou  aprendizes de línguas estrangeiras em todas as partes do mundo. Revela-se um excelente espaço para o aprendiz ao construir seu conhecimento do idioma e melhorar seu desempenho no uso da língua. Ao contrário da sala de aula tradicional, que muitas vezes estimula a mera imitação de modelos lingüísticos, a Internet oferece situações de comunicação autênticas.

            Vygotsky (1984:99) condena o conceito de aprendizagem como algo puramente mecânico e lembra que pesquisas demonstraram que “uma pessoa só consegue imitar aquilo que está no seu nível de desenvolvimento”. Para  ele, o importante não é a imitação pura, mas aprender a ser capaz de resolver problemas[vii] independentemente.

            Vygotsky (1984:102) resume sua teoria da seguinte forma:

“Resumindo, o aspecto mais essencial de nossa hipótese é a noção de que os processos de desenvolvimento não coincidem com os processos de aprendizado. O melhor, o processo de desenvolvimento progride de forma mais lenta e atrás do processo de aprendizado; desta seqüenciação resultam, então, as zonas de desenvolvimento proximal. Nossa análise modifica a visão tradicional, segundo a qual, no momento em que uma criança assimila o significado de uma palavra, ou domina uma operação como a adição ou a linguagem escrita seus processos de desenvolvimento estão basicamente completos. Na verdade naquele momento eles apenas começaram.”

 Percebo um paralelo entre os conceitos de processo de desenvolvimento e processo de aprendizado de Vygostsky e a distinção que Krashen faz entre aquisição e aprendizagem, assim como acredito haver uma proximidade entre o conceito de zona do desenvolvimento proximal e a hipótese de input+i também de Krashen. Para ambos, a aprendizagem de uma palavra ou de uma estrutura não garante que seu uso seja incorporado ao desempenho do aprendiz, isto é, não garante sua aquisição, ou a finalização do processo de desenvolvimento. O que garante a aquisição (Krashen) ou o desenvolvimento (Vygotsky) é, no dizer de Krashen, a exposição ao idioma, input+i (linguagem que contém alguns itens lingüísticos levemente acima do nível do aprendiz) e, no conceito de Vygotsky, a zona de desenvolvimento proximal (uma construção colaborativa de oportunidades). Segundo Ohta (2000:52), “o construto da zona de desenvolvimento proximal (ZPD) especifica que o desenvolvimento não pode acontecer se muita assistência for dada ou se a tarefa for muito fácil[viii]. Percebe-se, pois, que tanto Krashen quanto Vygotski descredenciam a instrução formal como geradora de aquisição/desenvolvimento e privilegiam as oportunidades naturais.

           Segundo Hay (2000:2)

 “[T]he brain is innately social and collaborative. Although the processing takes place in our student’s individual brains, their learning is enhanced when the environment provides them with the opportunity to discuss their thinking out loud, to bounce their ideas off their peers, and to produce collaborative work.”

Acredito que a Internet ofereça um ambiente propício para que as pessoas possam interagir, trocar opiniões e participar de projetos colaborativos. Não há mais barreiras espaciais e temporais, desde que o indivíduo tenha acesso a um terminal de computador conectado à Internet. De sua casa, ou do laboratório de sua escola,  o estudante pode acessar bibliotecas em várias partes do mundo, assistir vídeos, participar de diversos cursos online, e, ainda, acessar um imenso mar de recursos para desenvolver as várias habilidades envolvidas na aprendizagem de uma língua.

            Means (2000:58) ressalta o potencial dos recursos oferecidos pela tecnologia para propiciar uma aprendizagem significativa: conexão com especialistas fora da sala de aula; ferramentas de análise e de visualização; scaffolds[ix] para solução de problemas; e oportunidades de feedback, reflexão e revisão.

 A abordagem comunicativa e a web

O objetivo da abordagem comunicativa é desenvolver a competência comunicativa do aprendiz. Para tanto, o ensino é baseado em funções e noções da língua com ênfase no processo comunicativo. Como ressalta Littlewood (1981: 4) “o aprendiz necessita adquirir não somente um repertório de itens lingüísticos, mas também um repertório de estratégias para usá-las em situações concretas[x].” Ele lembra ainda que a língua tem também um significado social e que o aprendiz deve  aprender a interpretar as situações sociais e a usar formas aceitáveis, evitando as potencialmente ofensivas (Littlewood, 1981: 6).

O material disponível na web apresenta uma série de características típicas da abordagem comunicativa (ver Richards & Rodgers, 1986:67-8). Dentre elas, ressalta-se o fato de o foco da maioria dos recursos disponíveis na web ser no significado e não na forma, pois a rede mundial de computadores é uma grande biblioteca que oferece os mais diversos gêneros e as mais diversas fontes de informação. O material da Web é geralmente contextualizado e a leitura se torna mais rica devido às possibilidades de uso do hipertexto que gera mais conexões e , conseqüentemente, mais contexto.

Um dos recursos mais interessantes para a prática do idioma é o chat, uma excelente forma de diálogo em que o aluno se engaja com o objetivo de comunicar com falantes do inglês, nativos ou não. Há opções de chat, como o da Provedora Terra, que se dividem salas de acordo com o nível de conhecimento da língua dos participantes. Assim, o aprendiz não se sente constrangido e pode interagir com pessoas de um mesmo nível de proficiência a partir do nível básico.

Inúmeras pesquisas ─ Egbert (1999); Paiva (1999); Peyton (1999); Warschauer (1999); Meskill & Ranglova (2000); Pellettiere (2000); Souza (2000); Motta-Roth (2001) ─ vêm indicando a relevância de atividades que se utilizam de chat e e-mail para promover a aquisição da língua alvo em oposição ao ensino formal de estruturas lingüísticas.

A possibilidade de comunicação é talvez a maior qualidade da Web. O aprendiz tem a oportunidade de participar de uma série de formas de comunicação autêntica. Alguns exemplos são: deixar mensagens em “livro de visitas”, enviar avaliação sobre um texto lido para o autor; receber feedback automático e pessoal após fazer exercícios on-line, etc. Assim, o aluno não precisa mais esperar pelo feedback do professor e não pode mais ludibriar a si mesmo, buscando a resposta em apêndices ou encartes nos materiais didáticos antes de fazer os exercícios.

Os aprendizes iniciantes encontram tarefas simples de leitura e escrita na rede. Um exemplo de leitura de nível elementar são as citações que são  enviadas diariamente (veja, por exemplo DailyInbox (http://mailrom.dailyinbox.com) ou ainda o serviço AWAD – A.Word.A.Day[xi] que envia diariamente uma palavra nova com exemplo de uso contextualizado. Dados de 22 de fevereiro de 2001 indicam que 390167 pessoas no mundo inteiro recebem uma mensagem diária de AWAD. O site, recentemente, começou a promover sessões de chat com lingüistas famosos. No dia 26 de fevereiro de 2001, por exemplo, o convidado foi David Crystal, autor de The Cambridge Encyclopedia of the English Language e outros livros sobre línguas. Detalhes sobre os chats  e transcrição dos anteriores podem ser obtidos em http://wordsmith.org/chat                        

Para leitores de níveis intermediários ou avançados, além da infinidade de opções na Web, há serviços que enviam textos  diários. Dois bons exemplos são Chicken Soup for the Soul: Home Delivery (http://www.soupserver.com/ind.html) que envia diariamente um e-mail com uma narrativa ou, mais raramente, um poema; e  MysteryNet's Solve-it, que é  um serviço que envia aos inscritos, pessoas que gostam de histórias de mistério, quinzenalmente, uma história para que o leitor tente solucionar o mistério (quem é o ladrão ou quem é o assassino). O endereço desse serviço é http://www.MysteryNet.com/. Os leitores participam de um concurso, tentando solucionar o mistério ao descobrir quem é o criminoso dentre os suspeitos listados no site  http://www.MysteryNet.com/solveit/.

Quanto à escrita, há também tarefas simples como preencher formulários, ou jogos como ‘forca[xii]’ que podem ser utilizados por principiantes. A habilidade de se usar a língua de forma efetiva e apropriada é mais importante na Web do que a precisão gramatical. Os aprendizes entram em contato com variantes escritas e orais as mais diversas e também com diversas interlanguages, pois o mundo inteiro interage em inglês na Internet.

O material na Web não está organizado de acordo com nenhum tipo de seqüência. É o navegante quem estabelece as seqüências através de seu interesse e motivação. A complexidade lingüística não é o fator determinante e sim o significado.

O papel do professor que integra a internet à sala de aula tradicional ou que trabalha na modalidade à distância é o de moderador e não o de transmissor de conhecimentos. O professor modera as discussões on-line e sugere endereços que ele considera interessantes, assegurando, sempre que possível, uma margem de escolha feita pelo próprio aprendiz. Assim em uma aula de leitura, o professor pode indicar um site com atividades de leitura, mas permitir que o aluno escolha o texto cujo tema lhe atraia mais. Alguns exemplos de sites são o English online: materials for teaching and learning e seu link dedicado à habilidade de leitura [http://eleaston.com/reading_materials.html], o English on-line reading project [http://www.geocities.com/philliptowndrow/] com 25 opções de textos, ou ainda o Western/Pacific Literacy Network [http://literacynet.org/cnnsf/], cuja descrição transcrevemos a seguir:

“The Learning Resources site offers web-delivered instruction using current and past CNN San Francisco bureau news stories. The Western/Pacific Literacy Network and the CNN San Francisco bureau have partnered to develop an online literacy site that benefits all learners and instructors. This material is intended for adult literacy and educational purposes. Though the intended audience is adults, instructors and learners (of all ages) are encouraged to use this material to promote better literacy.

Each module includes the full text of each story and interactive activities to test comprehension. The learner can choose to read the text, listen to the text, and view a short video clip of the story. Each module is designed for ease of use so the learner can use it independently. The instructor can also incorporate any story into class activities and lesson plans.” 

A Web é um ambiente para se aprender inglês de forma comunicativa, pois oferece oportunidades para o aprendiz usar a língua  para propósitos comunicativos (versão fraca da abordagem comunicativa – aprendendo a usar a língua) e também oferece oportunidade para o aprendiz aprender a língua através do uso da língua (versão forte—usando a língua para aprender[xiii]). Predominam recursos que se inserem dentro da versão forte, ou seja, onde há oportunidades para se usar a língua e assim adquiri-la . São exemplos os chats, os fóruns, os sites que administram projetos colaborativos ao redor do mundo cujo objetivo específico não é a aprendizagem de língua,  mas a aproximação de pessoas de diferentes culturas. A Web está, ainda, repleta de homepages onde se pode aprender alguma coisa, seguindo instruções em inglês: dar nó em gravatas e fazer dobraduras são bons exemplos cujo feedback seria o produto final – o nó da gravata e o objeto obtido pela dobradura. Receitas culinárias são outro bom exemplo para se aprender vocabulário referente á comida, principalmente se o aprendiz as colocar em prática.

            Warschauer et al (2000:7) listam 5 razões principais para o uso da Internet no ensino de inglês: contextos autênticos e significativos; aumento de letramento através da leitura, escrita e oportunidades de publicação na Internet; interação, a melhor forma para se adquirir uma língua; vitalidade obtida pela comunicação em um meio  flexível e multimídia; e empowerment, pois o domínio das ferramentas da Internet os torna autônomos ao longo da vida.      Resta ao professor saber tirar proveito do que a Web  nos oferece.

 Potencialidades da web para o ensino de língua inglesa

         Várias publicações foram feitas com o objetivo de indicar as potencialidades da web para o ensino de língua inglesa, como por exemplo, Warschauer (1995), Bosswood (1997), Atkinson (1997), Paiva (1997), Sperling (1997), Felix (1998) e Souza (1999). Todas essas publicações tiveram como objetivo divulgar as tecnologias da Internet, indicar sites  de interesse de professores e aprendizes de língua inglesa, e incentivar o professor a inserir as novas tecnologias em seu fazer pedagógico.

            As primeiras publicações contavam a história da Internet e desvendavam todos os mistérios do email, incluindo os códigos para substituir as acentuações que não eram possíveis com os primeiros softwares, o significado dos emoticons[xiv] e outras peculiaridades do gênero recém nascido. As publicações seguintes exploravam a web como um todo e suas potencialidades: mecanismos de busca, mecanismos de comunicação (listas de discussão, newsgroups, moos, videoconferência), criação de páginas, bibliotecas eletrônicas, publicação, corpora, multimídia (gráficos, sons, vídeo) e projetos colaborativos.

            Paralelamente aos livros que iniciavam os professores às novidades trazidas pela Internet, um outro grupo de publicações ─ Pennington (1996), Fotos (1996) e Levy (1997) ─ traçava uma visão geral do ensino de língua mediado por computador dentro de uma perceptiva histórica que sinaliza para um novo horizonte com alternativas criadas pelas novas tecnologias. As três obras discutem o potencial do ensino multimídia, da comunicação mediada por computador e os conceitos e princípios que subjazem a nova metodologia.

            Um terceiro grupo de publicações reúne uma série de trabalhos narrando experiências e pesquisas na área. Merece destaque o livro World CALL: global perspectives on computer-assisted language learning que reúne trabalhos selecionados do primeiro congresso mundial de ensino de línguas mediado por computador (Debski e Levy, 1999). Outros trabalhos seminais nesse grupo são reunidos por Egbert e Hanson-Smith (1999), Warschauer[xv] (1995), Warschauer & Kern (2000).

Todas as obras listadas apresentam experiências e sugestões para o uso efetivo do computador e da Web para o ensino de línguas. Na impossibilidade de discutir detalhadamente todo o potencial das novas ferramentas, tento representar, no diagrama abaixo, uma visão geral das potencialidades da Web para o ensino de língua inglesa.

 

 

 

PROJETOS

colaborativos de uma

mesma escola ou em conjunto com 

alunos de outras escolas
 
 

CURSOS

Planos de aula

Aulas

“Just in time lessons”

Transparências

Cronogramas

       
   

 

 

RESOURCE CENTERS Materiais específicos para o desenvolvimento das habilidades orais e escritas.

 

 

INTERAÇÃO

 
 

fóruns, listas de keypals, listas de discussão, chat, videoconferência, FAQ[xvi], contato com especialistas

   

BIBLIOTECA

 
 

dicionários, corpora, páginas diversas, periódicos acadêmicos, jornais, revistas, mecanismos de busca, informações institucionais, informações turísticas, menus de restaurantes, etc

SOFTWARES diversos e jogos

 

 

 

PUBLICAÇÃO DE ALUNOS E PROFESSORES

criação de paginas, periódicos eletrônicos e sites voltados para publicações

MULTIMÍDIA

áudio, vídeo e imagens

de trabalhos de alunos

 Será impossível , por questões de espaço, listar em um único artigo exemplos de site para cada uma das potencialidades listadas no diagrama. No entanto, gostaria de indicar, pelo menos alguns a guiza de exemplo.

 

  1. Projetos colaborativos

 

Há vários projetos colaborativos na Web que podem ser usados para se aprender a língua através de seu uso. Um bom exemplo é o GLOBE (Global Learning and Observation to Benefit the Environment) onde os alunos podem aprender ciências se envolvendo em investigações reais. http://professor.21ccea.org.tw/fen/ Outros sites são Global School House e Kidlink. O Global School House [http://www.gsh.org/] oferece projetos colaborativos desde 1984, dando oportunidade a professores de colaborar, comunicar, e compartilhar experiências de aprendizagem. O projeto kidlink [http://www.kidlink.org/english/general/intro.html] cria redes de comunicação entre crianças do mundo inteiro através de interações mediadas por falantes de diversos idiomas.

Um dos projetos colaborativos mais interessantes para aprendizes de inglês é o Internet Writing Exchange, http://www.ruthvilmi.net/hut/Project/, criado, em 1993, por Ruth Vilmi na Universidade de Helsinki, na Finlândia. Nesse projeto comunicativo e flexível, alunos do mundo inteiro desenvolvem a habilidade de escrita produzindo textos em conjunto com outros aprendizes e recebendo feedback de seus pares globais e de seus professores.

 

2. Cursos

 

Quem se inscreve  em English Lessons Emailed Daily, recebe em sua caixa postal aulas diárias. A inscrição pode ser feita em http://www.bluevalleys.com/english-lessons/. Além desse serviço, você pode encontrar no site exemplos de gírias, phrasal verbs, exercícios de múltipla escolha com respostas automáticas, piadas, citações (quotations), listas de verbos irregulares, e cartões postais. O site é vinculado ao dicionário Cambridge online e ao clicar duas vezes em qualquer palavra, você acessa o significado daquela palavra.

Just in time lessons” são planos de aula que podem ser enviados semanalmente, ou diariamente, para a caixa postal do professor. No endereço http://www.english-to-go.com,  o professor poderá encontrar, gratuitamente, uma aula completa. Caso deseje receber um plano de aula por dia, deverá pagar uma a quantia de $7,50 (sete dólares e cinqüenta cents), com acesso mínimo de 3 meses ($22,50). No entanto, qualquer pessoa pode se inscrever para receber, semanalmente, um plano de aula gratuito, elaborado por um grupo de especialistas que utilizam notícias recentes da agência de notícias Reuters.

Discovery school pode ser muito útil para professores interessados em “content based approach”, ou seja, ensinar vários conteúdos em língua inglesa e assim fornecer input necessário para a aprendizagem da língua. Em  http://school.discovery.com/lessonplans/ programs/classroomplanetarium/q.html, você vai encontrar vários planos de aula sobre história, geografia, física, literatura, etc.

Finalmente, temos o ESLNetWorld.com [http://www.eslnetworld.com/] que é um site feito especialmente para  os aprendizes de inglês como língua estrangeira e os ensina a usar os recursos da Internet como uma forma de melhorar as habilidades lingüísticas e de desenvolver consciência cultural.

 3. Listas de discussão

 

            Há inúmeras listas de discussão de interesse de professores de inglês. Você pode encontrar descrições dessas listas e instruções de filiação no endereço:

http://www.ling.lancs.ac.uk/staff/visitors/kenji/kitao/int-mail.htm

 

4. Resource Centers

 

            Estou denominando de Resource Centers as homepages pessoais ou institucionais que disponibilizavam materiais diversos para aprendizagem de inglês. Veja, abaixo, alguns endereços onde você pode encontrar esses materiais.

 

http://www.comenius.com/

http://www.eslcafe.com/

http://www.study.com/

http://www.englishresources.co.uk/

http://ilc2.doshisha.ac.jp/users/kkitao/online/

http://www.learnenglish.org.uk/

 

 

5. Bibliotecas

 

Textos literários, enciclopédias, jornais, revistas, trabalhos inéditos, periódicos, dissertações, teses, resenhas, etc, estão disponíveis na web. O projeto Gutemberg, http://promo.net/pg/, por exemplo, reúne uma série de livros de literatura que já são de domínio público. Selecionei outros endereços que acredito serem de utilidades para professores e alunos de inglês.

 

            5.1. Bibliotecas virtuais: http://www.netlibrary.net/

                                                    http://www.bartleby.org/

     http://ilc2.doshisha.ac.jp/users/kkitao/library/English.htm

 

5.2. Enciclopédias:  http://www.britannica.com/ (Enciclopédia Britânica}

                                 http://www.bartleby.com/65/ (Enciclopédia Colúmbia}

                                 http://encarta.msn.com (Enciclopédia Encarta}

 

5.3. Dicionários: http://www.babylon.com/

                            http://www.dictionary.com/

                            http://www.x-word.com/thesaurus/

 

5.4. Corpora: professores e alunos interessados não apenas no significado, mas também no uso de vocábulos e de expressões, podem contar com alguns sites que reúnem corpora diversos.

                           http://titania.cobuild.collins.co.uk/form.html

                           http://thetis.bl.uk/

                           http://vlc.polyu.edu.hk/scripts/concordance/WWWConcappE.htm

 

6. Multimídia

Rádio, TV, vídeo, trailers de filmes, arquivos de imagem e som também podem ser acessados pela web. As limitações dos equipamentos e da tecnologia de transmissão de dados ainda são barreiras para a utilização plena desses recursos. Seguem alguns endereços:

 

6.1. Rádio: no endereço http://windowsmedia.com/radiotuner/ você pode localizar estações de rádio nas mais diversas línguas.

 

6.2. Cinema: encontre trailers, roteiros, trilhas sonoras em http://us.imdb.com/

                             

6.3. Imagens: há inúmeras bibliotecas de imagens que o professor pode utilizar para criação de material impresso ou virtual. Listo a seguir alguns endereços:

 

http://nzwwa.com/mirror/clipart/

http://www.clipart.com/

http://www.fg-a.com/gifs.html

 

7. Publicações

Um dos melhores sites para publicação gratuita é o Geocities, local onde hospedo minha homepage, http://geocities.com/veramenezes . Se você quiser construir a sua, o endereço é http://geocities.yahoo.com . Outros endereços são: 

     http://www.freeservers.com/

     http://help.freeservers.com/cgi-bin/help/

     http://hotwired.lycos.com/webmonkey/kids/

 

8. Software

Uma coleção de software úteis para o ensino/aprendizagem de inglês pode ser encontrada em http://www.orst.edu/dept/eli/softlist/

                         http://darkwing.uoregon.edu/~call/software.html

 

Para criar exercícios de múltipla escolha, “jumbled sentences”, palavras cruzadas, dentre, outros, você pode usar o software gratuito hot-potatoes http://web.uvic.ca/hrd/halfbaked/  que é grátis para fins educacionais, se o exercício for publicado na web. Outro recursos são http://groups.yahoo.com para criação de listas de discussão e http://www.blackboard.com/ para criação e gerenciamento de cursos online.

 CONCLUSÃO

A Internet, apesar de ser, no meu entender, o maior avanço tecnológico na comunicação humana, não tem um administrador geral, é um território livre sem uma organização pré-determinada e problemas podem aparecer. Nesse território livre, nem sempre é tão fácil localizar o que se deseja e informações pouco confiáveis podem ser encontradas. Os benefícios da Internet, no entanto, em muito superam suas possíveis falhas, e  o professor pode fazer uso desse enorme banco de dados para criar  ambientes de aprendizagem.

Estamos diante de uma nova tecnologia que requer um novo modelo de comunicação e, conseqüentemente, nova demandas cognitivas. A língua da Internet é o inglês e é exatamente por isso que a aprendizagem de línguas estrangeiras se torna cada vez mais necessária e também cada vez mais acessível a um grande número de pessoas.

Usar a Internet no ensino de inglês é um desafio que demanda mudanças de atitude de alunos e professores. O aluno bem sucedido não é mais o que armazena informações, mas aquele que se torna um bom usuário da informação. O bom professor não é mais o que tudo sabe, mas aquele que sabe promover ambientes que promovem a autonomia do aprendiz e que os desafia a aprender com o(s) outro(s) através de oportunidades de interação e de colaboração.

Finalmente, temos que estar conscientes de que, apesar de todas as possibilidades da Web, esse recurso ainda não está disponível para toda a população. Não obstante os esforços da Secretaria de Educação a Distância do MEC com o projeto PROINFO que equipa as escolas públicas, a porcentagem de escolas com acesso à Internet ainda está longe do desejável. Outro problema é a qualidade das conexões que ainda são lentas e o número de computadores disponível nas escolas que é, muitas vezes, insuficiente para atender a todos os alunos.

Vencidos os obstáculos, a Internet será cada vez mais utilizada no ensino de inglês, pois provê muito input compreensível, oportunidades variadas de interação, possibilidade de inserção em uma comunidade mundial de aprendizes e falantes da língua e conseqüente comunicação significativa enriquecida com negociação de sentido em contextos reais.

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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[i] Para se tornar um membro, basta você enviar uma mensagem eletrônica para o seguinte endereço: LISTSERV@CUNYVM.CUNY.EDU, com o seguinte texto SUB TESL <seu primeiro nome> <seu segundo nome>

[ii] Para conseguir a lista dos arquivos disponíveis, o comando é  INDEX TESL-L F=MAIL;  arquivos dos subgrupos também podem ser obtidos com os comandos: INDEX CALL F=MAIL; INDEX- FORUM F=MAIL; INDEX TESOL F=MAIL etc. Arquivos particulares são obtidos através do comando GET <ARQUIVO TIPO>  TESL-L F=MAIL

[iii]  CGI é um programa que comunica com seus documentos Web, criando mais dinamicidade e interatividade.

[iv] ‘Teaching machines’ were predicted to kick-start an ‘industrial revolution in education’, beginning with an ‘apparatus which gives tests and scores and teaches’ (Pressey 1926: 373; long-range surveys in Cuban 1986; Benjamin 1988). Pressey’s machine, demonstrated at the Ohio State University, presented one from a set of multiple-choice questions inscribed on a rotating cylinder. If the learner chose the correct answer by depressing one of four keys, the drum would rotate to the next question. If all ‘answers’ were ‘correct’, the student would be rewarded with a piece of candy. (Beaugrande, no prelo)

[v] Minha tradução de “The ability to understand, work effetively with, and get along with others.” Todas as citações de autores estrangeiras inseridas dentro de um parágrafo serão traduzidas para o português, as demais serão mantidas no original par garantir uma maior fidelidade ao texto original.

[vi] COLLINS, A. The role of technology in restructuring schools. Phi Delta Kappan, p. 28-36, 1991.

[vii] Eu acredito que aprender é muito mais do que resolver problemas, é também estabelecer relações, formar novas representações, fazer conexões, etc.

 [viii] Minha tradução de “The construct of the zone of proximal development (ZPD) specifies that development cannot occur if too much assistance is provided or if a task is too easy.”

[ix] O termo “scaffolding”, segundo Ellis (1997:143), é o processo através do qual os aprendizes utilizam o discurso para ajudá-los a construir estruturas que estão aquém de sua competência. (minha traduação de “the process by which learners utilize discourse to help them construct structures that lie outside their competence.”

[x] Minha tradução de “...the learner needs to acquire not only a repertoire of linguistic items, but also a repertoire of strategies for using them in concrete situations.”

[xi] Arquivos antigos podem ser encontrados em http://wordsmith.org/awad/awadmail.html. Para se inscrever na lista o endereço é http://wordsmith.org/awad/subscribe.html.

[xii] Veja o site http://www.allmixedup.com/hangman/

[xiii] Ver Howat (1984:279) para a distinção entre as duas versões da abordagem comunicativa.

[xiv] Emoticons ou smileys  são carinhas feitas com caracteres para expressar emoções.

[xv] Warschauer é um dos pesquisadores mais produtivos na área. Seus inúmeros artigos podem ser encontrados em sua homepage http://www.gse.uci.edu/markw/ .

 [xvi] FAQ (frequently asked questions) são listas de perguntas mais freqüentes que são encontradas em toda a Internet, acopladas à listas de discussão, e nas páginas da web

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