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Narrativas coletadas por Andréa Santana Silva

 

NARRATIVA 1

Nome completo: Patrícia
Idade: 19 anos
Escolaridade: Curso de Letras
Tempo de aprendizagem da língua: 10 anos
Narrativa coletada por Andréa Santana Silva e Souza em Março/2010

Eu comecei a aprender inglês na terceira série da minha escola mesmo. Eu lembro que a gente foi avisada que iria ter uma matéria nova e que era inglês. Eu fiquei muito nervosa porque achei que iria ser difícil. Aí, um dia antes eu fiquei bem nervosa, mas quando veio a aula e a professora era boazinha, eu vi que não tinha tanto drama. E eu fui aprendendo, assim, assistindo aula. Meus pais me colocaram numa aula particular e eu fiquei nele muitos anos, também. A escola se chamava “Yes”. Eu lembro que no início eu achava o inglês difícil, mais ou menos, mas eu gostava muito. Um dia que foi um marco para mim, foi quando eu estava nessa escolinha mesmo, na terceira ou quarta série, a professora deu para a gente uma música e pediu para a gente traduzir. Eu era a única pessoa da sala que entendeu a música e conseguiu traduzir ela todinha! Era “Another Day in paradise”. E a turma toda ficou muito impressionada comigo. Eu era tímida e isso me deu um pouquinho de confiança. Mas, o que eu acho que mais me ajudou mesmo em inglês era que eu gostava muito de música. Eu ouvia as músicas e eu queria aprender porque eu queria entender o que eu estava fazendo. Eu prestava atenção na música e na aula também. Eu acho que eu conectava as duas. A gente também tinha TV a cabo na minha casa e eu assistia muito Cartoon Network. Só que o Cartoon Network nunca comprava os desenhos novos. Era sempre os mesmos episódios. Um dia, eu estava tão cansada de ver que eu passei para inglês a língua. Agora, toda vez que eu via televisão, eu via em inglês. Isso me ajudou muito também. Com o tempo, eu fui ficando mais confortável com a língua. Eu comecei a comprar livros em inglês. Eu gostava muito. No ensino médio, eu decidi que queria fazer intercâmbio. Eu queria ir num país que falasse inglês ou espanhol, que eram línguas que eu conhecia e que eu gostava. Eu não queria aprender nada novo, eu queria aperfeiçoar as duas que eu já sabia. Eu fui lá e eu sabia falar inglês, só que eu não entendia direitinho. Isso meio que me ajudou. Meu sotaque e tudo... Também, porque as pessoas, lá, elas nunca aceitavam quando eu errava. Então, eu tinha que errar menos para poder me comunicar com elas. Isso me ajudou muito. Eu lembro uma vez que eu queria falar que a casa da minha amiga era para baixo e eu falei que era “across the hill”. Era para eu ter falado “down the hill” e minha irmã americana não queria entender de maneira nenhuma. Eu falava: “Nossa... não dá para você entender”? Ela falava: “Não. Você tem que falar direito”. Aí, foi isso que me ajudou. Eu voltei e continuo assistindo coisa na televisão – filmes com legenda – para treinar o jeito que eu ouço. E, eu leio muito em inglês. Na verdade, eu leio mais em inglês do que em português. O vocabulário que eu não conheço, eu procuro e eu aprendo. Isso sempre me ajuda. Nos próximos livros que eu vou ler, as palavras sempre aparecem de novo. E, com a prática, fui ficando com mais facilidade. Eu acho que é isso.