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Narrativas de aprendizagem de língua inglesa narradas em português

 

Nome: Learner
Idade: 30 anos
Escolaridade: cursando pós-graduaçao
Tempo de aprendizagem: não informado

Narrativa coletada por Vera Menezes

Era 17h, havia 5 pessoas na classe, entre elas eu aos 14 anos, encantada com a idéia de que fazia parte de uma minoria privilegiada que podia falar uma outra língua, e nem era burguesa.
Lá para as 17h05 entra um homem, eu diria um showman, e disparou a falar em inglês, e mostrava umas figuras escritas “greetings”, pedia que olhássemos e repetisse: good morning/ afternoon/ evening/ night. E eu me perguntava: não deve ser bom dia, boa noite, boa tarde, tem coisa sobrando?! Mas lá pela terceira aula ele decidiu dizer o que era aquele tal de good night, mas o melhor estava por vir, toda a explicação foi dada através de mímica, então ele entrou e saiu da sala umas 3 vezes.
Fiquei nessa escola por uns três a quatro anos com aquele mesmo professor, e saí de lá me achando hábil para falar esse tal de inglês. Afinal eu tinha decorado tudo direitinho, eu sabia 16 diálogos “by heart”.
Encontrei um suíço em Salvador e produzi direitinho:
-what’s your name?
-Where are you from?
-Do you have any brothers or sisters?
Essa pergunta foi importante para encerrar o nosso diálogo, so mais tarde entendi porquê ele foi embora tão desconfiado. Nem nos conhecíamos e eu queria saber detalhes da família. Depois do acontecido decidi voltar a estudar.
Era o auge de algumas escolas, portanto escolhi uma dessas famosas e então lá estava eu aos 20 anos me sentindo na Ilha de Caras, com um professor sem dúvida melhor que o primeiro, mas que falava em uma tal de “Trafalgar Square” que os alunos compartilhava dar riqueza de detalhes de algo que para mim era desconhecido. Depois de algumas ocorrências, procurei saber sobre Londres, afinal ou tinha esse “background” ou não seria possível acompanhar aquela aula.
No segundo semestre nessa escola deparei-me com uma professora que através de algumas situações me fez acreditar que eu podia produzir em uma língua que para mim não passava do método “parrot language approach”. Desde a descoberta me permiti falar sem medo de cometer erros, afinal havia espaço para correções sem terrorismo, sem a cara de espanto por não conhecer a “Trafalgar Square”.
Depois de me expor a tantos perfis e tentativas, decidi tirar a prova dos nove e fazer faculdade de Letras. Para minha surpresa, no primeiro dia de aula, sou abordada com as seguintes frases: “quem não estuda ou estudou inglês está no curso errado”. Automaticamente 2 alunos se retiraram, devido aquela atitude alguém indagou: “mas então porque isso não é dito no manual do candidato? E se é preciso já ter conhecimento da língua, o que se faz durante 4 anos na universidade? Por que então tantas línguas inglesas?”
Passei quatro anos na universidade e esses questionamentos permaneceram. Durante esse período encontrei pessoas, que não foram os professores, que me falaram sobre os testes de Cambridge, era também uma forma de não cursar as línguas. Mais uma vez procurei a escola de inglês para fazer um preparatório.
As provas se sucederam o último período de faculdade chegou, a graduação estava por terminar, e eu não sabia qual a função do mestrado ou pós, muito menos o que era e qual linha de pesquisa seguir.
Chego a conclusão que aprendizado de língua precisa contar com o aluno “outstanding” que cada um tem.