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Narrativas de aprendizagem de língua inglesa narradas em português

Nome: Lucas Vieira Lopes
Idade: 25 anos
Escolaridade: Superior quase completo (me formo nesse semestre)
Tempo de aprendizagem: difícil dizer, mas comecei a estudar Inglês em 1992, na sétima série, portanto são 11 anos

Narrativa coletada por Rafaela Oliveira em março/2004

Desde criança tenho um fascínio por língua estrangeira, o que até hoje não encontro razões claras. Nenhum de meus familiares próximos falam outra língua, e o fato de ter passado minha infância no interior de certa forma me privou de um contato mais efetivo com uma língua diferente do português. Nessa época língua estrangeira era sinônimo de inglês, era o que ouvia através das músicas, o que via escrito em alguns lugares e o que era ensinado na escola. Contudo, todo meu desejo de aprender inglês só se concretizou quando comecei a 7ª série, ano em que era ensinado na escola estadual onde eu estudava. Fui um bom aluno obviamente, queria aprender. Todavia, as limitações de uma escola no interior se manifestavam mais fortemente quando o assunto era língua estrangeira. A professora, hoje posso dizer isso, não tinha muito preparo, e as aulas não eram levadas a sério, nem mesmo pela direção da escola – Inglês não é o mesmo que matemática, português, e outras disciplinas. Conclui a sétima série e me mudei para cá onde fui estudar em uma escola particular onde se era ensinado inglês desde muito cedo. Foi um choque, tive que ter aulas particulares. Mas sempre gostei de estudar e tinha facilidade para assimilar regras gramaticais que eram a base do que era ensinado e avaliado nos testes. Terminei o primeiro grau e fui estudar no COLTEC-UFMG, que adotava uma abordagem diferente: inglês instrumental. Na verdade, minha turma passou por vários problemas, falta de professores e pouco valor dado ao ensino da língua. Apesar de gostar de inglês, não procurava estudar fora da escola e assim foi até começar a estudar na Fundação João Pinheiro que tinha um convênio com a Cultura Inglesa e o Centro Cultural Brasil Espanha. Comecei então a ter aulas nesses cursos privados e percebi o quanto tinha que aprender e o verdadeiro valor de uma língua estrangeira. Meu interesse foi tal que optei por estudar Inglês em um curso de graduação. Fiz o vestibular para Letras, e após um ano fui para Malta onde estudei 8 semanas em uma escola de Inglês. Passei algum tempo viajando e tive a sensação de não ter aprendido nada aqui no Brasil. A experiência de viver a língua 24 horas, cotidianamente, foi importantíssima. Adquiri melhor fluência e uma vontade de estudar mais, ficou claro que falar uma segunda língua é algo extremamente complexo, difícil. Voltei e me matriculei no curso preparatório para o FCE. Cursei um semestre, mas não dei continuidade. Fiz o supletivo na Letras e fui para Habilidades Integradas III. Contudo, optei por trancar o semestre seguinte, já que fui para os EUA pelo programa de intercâmbio da ACM. Passei três meses em Houston, aprimorei o uso da língua, todavia a fluência não estava satisfatória, o que me frustrou bastante. Voltei, cursei Habilidades Integradas III sem maiores problemas e em 2003 voltei para os EUA, novamente pela ACM, buscando um aperfeiçoamento da língua. Obtive uma boa melhora, mas continuei frustrado. Mais por reconhecer que deveria estudar mais, me dedicar. Pretendo passar pelo menos um ano no exterior com o objetivo de adquirir uma melhor fluência. Sei que não é necessário morar em um país no qual se fala a língua alvo para ser fluente nela. Entretanto essa é a maneira com a qual mais me identifico. Pratico a língua sempre que posso. Não dou aulas, mas nas viagens que fiz pude conhecer vários falantes nativos do inglês, dentre outros com os quais me comunico também em inglês. È um exercício e aprendizado valioso. No mais procuro aproveitar as aulas na faculdade.