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Narrativas Coletadas por Diógenes Lima

 

Nome: Zenith

Idade: 45

Sexo: Masculino

Graduação: Letras – Pós-graduando em Inglês como Língua Estrangeira

 

O meu interesse pela língua inglesa começou sem que eu me desse conta do fato. Ainda criança, gostava de acompanhar, à minha maneira, as músicas executadas nesse idioma, no equipamento de som que tínhamos em casa. Quando comecei a tocar violão, aos doze anos, tive oportunidade de praticar um pouco a pronúncia das letras de bandas que faziam sucesso à época. No ginásio, mais precisamente na 5ª série, tive o meu primeiro contato formal com a língua; diga-se de passagem, foi um tanto frustrante, em razão da falta de “habilidade”, digamos, da professora responsável pela matéria. Nas séries subseqüentes do ginásio, com a troca da regente, senti-me um pouco mais motivado. Lembro-me de ter sido elogiado, durante as aulas, por ser detentor de uma boa pronúncia. Tudo isso, claro, motivado pelos constantes ensaios musicais. Até então, não tivera a exata dimensão daquilo que eu poderia vir a ser como profissional. Sequer imaginava que viesse a me tornar professor – para se ter uma idéia, o meu primeiro Vestibular, pela UFBA, prestei-o para Odontologia. Isso mesmo: Odontologia! Antes do Vestibular, porém, tive a grata satisfação de ter como professora, na 1ª série do segundo grau, a Sra. Helena Glass. Dotada de um senso de observação apurado, profundo conhecimento e capaz de fazer uso de uma metodologia atraente, senti-me contemplado em meus “anseios lingüísticos”. Acredito ter sido esse um período de grandes descobertas quanto às minhas potencialidades. Também merece menção o professor Raimundo Viana, o qual soube conduzir as suas aulas com competência e humanismo, na 3ª série. De volta ao episódio do Vestibular, um fato me chamou a atenção: o meu índice de acertos na prova de inglês beirou os 80%! Naquele momento, tive a convicção de que deveria me debruçar no estudo mais sistemático da língua. Ato contínuo, matriculei-me no Instituto Brasil-América (IBA), de propriedade da professora Daisy Glass, filha de Helena, quando então um mundo novo se descortinou para mim. Foram três anos (uma hora por dia, cinco vezes por semana) do mais vertiginoso crescimento que pude experimentar, a ponto de terem-me confiado as quatro séries do ginásio de um colégio particular para lecionar. Assim, começou a minha “epopéia” como professor. Como não tivesse nenhuma experiência com o magistério, tive que me desdobrar para dominar os preceitos da gramática. O vocabulário, eu o adquiri no IBA e nas leituras que fazia, aliado a um curso com fitas cassette emprestado de um amigo, o qual trazia canções pop cifradas para violão, entremeadas por exercícios diversos, incluindo tradução. Três anos após o término do curso de inglês, prestei Vestibular para Letras, na Universidade do Sudoeste da Bahia, UESB, em Vitória da Conquista. Sem jamais deixar de lecionar, pude aprofundar-me nos estudos lingüísticos e literários, condição imprescindível para o exercício pleno da profissão. Cabe-me salientar que tive a orientação abalizada de professores do quilate de Gileno Paiva, Janyd Ramos, Suede Fauazi e Diógenes Lima, sem os quais a minha formação não se daria de forma tão consistente. A todos, o meu eterno reconhecimento e gratidão. Atualmente, leciono no Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET), onde ministro aulas de Língua Inglesa para o Ensino Médio e de Inglês Instrumental para os Cursos Técnicos.

Por fim, eis-me aqui, de volta à UESB, em um curso de pós-graduação em Inglês como Língua Estrangeira.

Este foi um breve relato de como me tornei professor, por vias nem tão convencionais. Agora, pretensiosamente, considero-me um educador, na verdadeira acepção do termo; alguém preocupado em formar cidadãos dignos e merecedores de respeito.