3 ° Entrevista
Sexo: Feminino

- Bom, sendo professora a pouco mais de 18 anos, é ao longo desse tempo, o professor se adequa às diversas variavéis de seu dia-a-dia, então depende muito da escola, da instituição na qual ele trabalha, dos nivéis de seus alunos, o nível de exigência da escola, e dos alunos, das finalidades de modo geral.

Como professora da escola particular durante mais de quatorze anos, e, de uma escola de renome, muito voltada para educação de qualidade fielmente, então nós tinhamos que seguir um programa de curso, um currículo determinado por essa escola. Então os livros como uma instituição escolar, que participava de uma rede de escolas, então o material didático era determinado por uma filial, e sendo determinado por uma filial, muitas vezes você não tinha opção de escolha, do tipo de curso que você queria trazer para a sala de aula em função daquilo que já havia sido escolhido e determinado para aquele ano, em função dos projetos da escola, se iria se trabalhar mais meio ambiente ou mais sobre a história de Goiás, então a gente tentava se adequar as exigências dessas ou daquela diretoria que naquele ano estava determinando o que seria trabalhado em todas as escolas dessa rede, então o material didático era programado.

Portanto você seguia uma abordagem que se dizia uma abordagem comunicativa, mas que para trabalhar as qualidades, mas que em função do tempo e do número de alunos, impedia que se trabalhasse o “listening” (as habilidades orais), “listening” e “speaking”, que de certa forma o professor era levado a trabalhar a leitura e a escrita, e conseqüentemente as questões gramaticais.

Por fim ao longo do tempo, quando você tem mais autônomia, tem mais tempo na escola, e você percebe que as necessidades são mais importantes de que todas as determinações externas, então você tenta se adequar e de certa forma tenta buscar sua identidade dentro dessa rotina que é imposta, mas que de certa forma você pode mudar, então nós tentamos como um grupo de professoras, nós tentamos confeccionar, trabalhar com um material, confeccionando esse material, de modo que a gente atendesse essa demanda da sala de aula, de acordo com os interesses desses alunos.

Então de certa forma, a gente até inovou neste sentido, porque nós tinhamos uma escola de quinta a oitava séria, mais o curso de inglês era tido como curso particular de rede, uma escola privada, esses cursinhos, né de idiomas, então a gente buscava muito mais a participação oral dos alunos do que propriamente ficar presa aos conteúdos gramaticais para serem cobrados nas provas e avaliações, de certa forma a gente tinha que cumprir as provas bimestrais, as provas semanais, que eram determinadas pelo cronograma da escola, né, o que deveria ser trabalhado naquele bimestre, ou semestre e anualmente também falando.

É como eu posso falar, já como professora universitária, por exemplo, a mudança é brusca, na questão da metodólogia, porque na Universidade, como eu trabalhava como alunos que estão fazendo o curso de secretariado, executivo bilingüe, por exemplo, ou curso de letras.

Aí você trabalha a lingua de maneira a exigir desse aluno um desenvolvimento nas quatro habilidades. Então sim a abordagem comunicativa é levada muito a sério, desenvolvendo um projeto, onde o aluno seja capaz de certa forma conduzir o seu curso pra que ele na sua profissão, é, seja capaz de trabalhar da maneira como lhe foi orientada, que de certa forma a gente considera que é uma abordagem que facilita a vida do professor, né. Para outros cursos dentro da universidade por exemplo, há outros cursos, há os cursos como ciência da computação, ciências aeronáuticas, relações internacionais. Dentre esses cursos por exemplo, que não pertencem à area de letras, né. A gente, da área de humanas, mais a gente não vai trabalhar com a abordagem comunicativa, a gente usa o inglês instrumental. Então está baseado no desenvolvimento das estratégias de leitura, pra que o aluno seja capaz de ler e entender textos científicos ou não e independente de saberem falar essa língua ou entenderem essa língua.

Melhor explicando, o desenvolvimento da halibilidade de leitura e escrita, é a mais importante. Então o trabalho para que o desenvolvimento das estratégias de leitura é feito de modo intensivo; então a gente trabalha com o “skinning”, o “skanning”, as inferências que a gente pode observar através do que o aluno fala sobre um determinado assunto, dentro do texto. Então uma outra abordagem.

Mais sempre visando, uma visão sócio- interacionista, sempre neste sentido, sempre trabalhando em grupos, em pares, nunca sozinhos. Todas as abordagens, eu acredito que todas as abordagens, sejam elas abordagem comunicativa, ou essa voltada para a leitura, que é o inglês instrumental; a questão da interação entre os pares é o que funciona, independente da abordagem, acho que se o professor valoriza o trabalho em grupo, em par, que ele pode um ajudar o outro, independente do seu conhecimento, aquele que sabe mais, sabe menos pode ajudar o outro, essa visão que é a mais interessante em qualquer área, seja na área de inglês, ciência, geografia, qualquer disciplina, acho que a interação é interessante, independente se a sala é pequena, se é grande, se tem um número de vinte alunos na sala, ou se tem cinco ou seis, porque as vezes a gente pega, por exemplo, em relações internacionais, uma turma de doze alunos, você pode trabalhar muito bem, né.

Agora em uma sala de quarenta, como é que faz, que a gente acha difícel, como é o caso da escola pública, mais de qualquer maneira é interessante e você deve trazer isso para a sala de aula, porque se você não fizer isso você vai perder a oportunidade do aluno se desenvolver a habilidade oral, de expressar seus conhecimentos, seus pontos de vista, de solidarizar com a dificuldade do outro, de perder a tímidez, então acho que a questão da interação na área de humanas especialmente, em que há necessidade da comunicação, a gente não pode perder esse ponto de vista. Com relação as estratégias de ensino, como eu havia dito, depende muito do curso, depende muito da instituição que você trabalha; então se a escola determina que naquele semestre, bimestre, o “present perfect” vai cair na prova, tem que aparecer na prova porque a coordenação vai verificar se esse conteudo tá presente na avaliação, de certa forma essa estratégia de ensino vai estar volatda para essa direção. Então as estratégias de ensino também variam de acordo com a necessidade, não só do aluno mais do professor, da própria instituição.

Deixa eu ver. Quanto aos fatores pessoais que influenciam é sua visão de mundo, não é? porque se o professor de inglês, ele não se preocupar em procurar descobrir o que as outras culturas, o que os outros países, o que eles fazem em outros países, o que eles comem, o que eles bebem, quais são suas histórias, como é o seu dia-a-dia, sua rotina, quais fatores históricos- geográficos que influenciam naquela cultura, naquele povo. Se o professor de inglês não tiver preocupado em conhecer o outro, esse outro é abragente, a gente não tem condição de trabalhar lingua inglesa em sala de aula, porque é necessário que você tenha um visão ampla, para que eles reconheçam essa diferença entre as culturas e valorize a sua prova. Então eu acho que é essa questão dos temas transversais, eu acho muito interessante isso, o professor trabalhar com essa visão, trazer pra sua matéria problemas que são inerentes ao ser humano, a questão do meio ambiente, trabalho, ética, hábitos culturais. Se você não trouxer isso para a sala de aula, trabalhar com esses temas de modo que você possa trabalhar com outras áreas, ciência, geográfia, história; integrando isso, a sua disciplina, fica muito dificel, você fica isolada no mundo, né.

Então, não ficar preocupa apenas com os conteúdos gramaticais, com seguir o livro, do começo ao fim, da pagina 01 a 31, tentando terminar aquele livro. Então todas essas questões, embora você tenha que seguir um programa de curso, embora você tenha um plano de curso, você tem que conhecer seu ambiente, né, conhecer seu ambiente de trabalho, conhecer como é a instituição, até onde você pode ir, o que você pode fazer, que abordagem é mais interessante naquele momento, mais que pode ser desenvolvido em outro.

Neste caso aqui, por exemplo, a escola publica, municipal, como o trabalho é feito em ciclos, muitas vezes nós temos alunos que são avançados, então, derrepente ele está lá na quinta série, ou pode retornar. Tava a quinta série ele apresentou um desenvolvimento muito bom e foi para a sexta, mais apresentou um desenvolvimento muito bom, em algumas matérias, e outras ficaram. Então a gente tem essa dificuldade em sala de aula, porque nós não podemos ficar preso a conteúdos específicos, porque se não, nós vamos correr risco de encontrar esse aluno, que não viu a matéria da quinta série, que é lá “verb to be”, “sentences”, “verb to be”, “animals”, “jobs” etc. E pode ser que não tenha vista isto na quinta série, e você depois exiga esse conteudo lá na sexta, então esse professor tem que tá aberto, seu programa de ensino tem que tá aberto pra essas dificuldades que você vai encontrar. Então, seu plano de curso, o conteúdo não pode tá engessado. Não pode ser limitado e delimitado para aquela série, pra aquele ano, então a medida que essa necessidades forem aparecendo, essas mudanças vão ocorrendo. Da mesma forma pode ocorrer o aluno que tava derrepente ele volta pra quinta série, ele tava vendo um conteúdo lá, na sexta série, derrepente ele volta para a quinta, ele vai rever aquilo que ele vamos supor queele já tinha aprendido anteriormente e ai como é que vai ser.

Trabalhar com esse desafios na escola pública é a palavra chave, tá pronto para o desafio pras diversidades mesmo da sala de aula, e ai a gente vai ter que fazer a mudança, porque numa sala com 35 alunos, 40 alunos, você tem que tentar cativar todos, para que eles participem e usufruam o máximo possível daquele conteúdo, naquele momento, naquele ano.

Então são os desafios do ciclo são muitos, embora eu seja nova no ciclo, eu já tinha sido contratada, né, tinha feito um contrato, em outra escola, não nesta e lá era só ciclo II, corespodente as terceiras e quartas séries, e lá por ser terceiras e quartas então já era uma outra questão de ensino, uma outra abordagem, uma outra metodologia. Porque trabalhar com crianças de terceira e quarta série, já é o lúdico têm que tá o tempo todo, então inglês e arte tem que tá trabalhando, assim em completa harmonia. Porque, porque eles querem o inglês que traga as cores, os animais, voltado para mais para o desenvolvimento do vocabulário, frases curtas, então você não vai trabalhar com textos, você não vai pensar em conteúdo ixtenso com terceira e quarta série, a introdução à lingua. Então o aspecto lúdico influencia muito, são as músicas, são as brincadeiras, os jogos que você tem que levar para sala de aula.

Completamente diferente de se trabalhar com adulto, universitário, visando a aprendizagem da língua pra uma especialização, pro mestrado. Então, o professor de língua, especialmente o professor de inglês ele tem que ser como um caleidoscópio, a metafóra que a gente poderia usar, porque a medida que você entra numa escola, numa instituição escolar, numa série, com determinado livro, com um determinado grupo de aluno, a medida que você vai mexendo nessas variáveis, você vai ter uma imagem nova, sair desta instituição, com outro livro, numa outra sala, numa outra série é uma outra. As perguntas são em português pra você responder em português, mas porque é justamente é a abordagem do inglês instrumental, então é assim que funciona mesmo. Então o aluno vai responder em português mais na sala de aula a gente não vai deixar de dar ênfaze a pronúnica, ao uso da língua inglesa, dentro das possibilidades do material que nós temos.
Não há cd, né, pra gente poder trabalhar com o “listening” e prefiro inserir isso no dia-a-dia, na media que as aulas permiterem, vai depender de muito como a gente vai trabalhar neste ano, eu digo assim nós professores como um grupo, porque existe um acordo comum que todos nós devemos buscar o que o seu colega tá fazendo, de modo a inserir na sua disciplina, algo que outro colega esteja trabalhando, tentar trabalhar com a interdisciplinaridade, então a gente vai tentar fazer isso. Embora esse livro ele seja rico nessa área, então realmente traz muito coisa geograficamente, historicamente falando, então a gente tem essa possibilidade abrir esse leque trabalhar com geografia, de trabalhar com história, com ciências, então o livro ele proporciona esse desenvolvimento de um trabalho conjunto, mais depender do professor, então eu espero que possa fazer isso com os colegas, acho que de um modo geral eu falei de tudo um pouco, né, assim fui, voltei, fui pra lá fui pra cá, mas falei um pouco de tudo, né.

O EJA, a educação de adolescentes, de jovens e adultos, é educação tá voltado mais para a alfabetização, então são alunos que pararam de estudar e estão retornando ao estudo, então você tem uma faixa etária bem diversificada, você alunos de quinze, desseseis anos e você tem alunos de setenta e cinco anos numa sala só, você tem que ter muito tato pra trabalhar com esses alunos.

Porque você tem interesses diversos na sala de aula e fatores externos que contribuem muito pra que o aluno ele tenha dificuldade em desenvolver a aprendizagem da língua inglesa, muitas vezes a questão é cognitiva mesmo, há problemas de ordem cognitiva, o aluno, ele não tem, ele não foi bem alfabetizado, ele tem dificuldade de expressar suas opinões, tem dificuldades com lógica, então contas, matemática, por exemplo, lógico que somar, dividir números pequenos tudo bem, mas quando você vai para números maiores, eles tem essa dificuldade, de trabalhar com juros, eu to falando isso de outra área porque conversando com outros professores a gente percebe isso, e a gente vê isso em sala de aula, quando você cita esse ou aquele assunto, porque você tem que trazer pra sala de aula, o dia-a-dia daquele aluno. Então por exemplo são alunos que são trabalhadores, são empregadas domésticas, alguns lavradores, outros que tem um trabalho externo, vende algo, são ambulantes, entendeu, ou então é dona de casa mesmo, ou aquele que tá com licença do trabalho por motivo de saúde e aproveitou para estudar, há um diversificado.

Então o inglês cê não pode pensar assim que, eu vou seguir aquele conteúdo, eu dar por exemplo é oitava série eu vou dá “present perfect” aí tem que o conteudo de oitava é “modal verbs” então eles tem que aprender “modal verbs”, não, você vai ter que muitas vezes é o aluno de oitava série, ele vai começar a aprender uma profissão, saber as profissões, as cores, os números, então eles não tem a mínima noção de inglês. Tá lá na oitava, terminando esse ciclo pra eles, mas inglês, ou não teve professor de inglês nos anos anteriores, então é um trabalho muito difícel.

Embora tenha livro de quinta, sexta, sétima e oitava, a gente vai tentar trabalhar com material, eu não conheço ainda dos alunos, tentar escolher aquele material, aquele conteúdo que realmente adque a possibilidade do aluno se desenvolver na língua inglesa, porque se você quizer seguir o que o livro traz seu trabalho tá perdido, porque vai ser disinteressante e eles tem muita dificuldade mesmo de compreeensão, de leitura, de pegar a palavra em português e saber ler aquela palavra, então você notadificuldade de como trabalhar uma língua estrangeira, porque tem dificuldade de compreensão em sua língua materna, trabalhar uma segunda língua quando a língua materna ainda é um problema pra ele, então tem esse vai ser um grande desafio, eu não tinha trabalhado ainda, essa minha primeira experiência, mais a gente tem que buscar trabalhar o conteúdo que seja adquado as necessidades daqueles alunos, tem que pensar nisso.

Então eu vou trabalhar por exemplo a localização, o lugar onde a escola fica, se é frente ao supermercado, se é ao lado da locadora de vídeo, que ônibus que passa na frente da casa dele, qual é o meio de transporte que ele utilizada, então trabalhar nessa, com essa linguagem, com esse pensamento e elaborar uma estrutura de frases que ele possa ver, observar que le tá crescendo, porque se for um impecilho pra crescimento, ele não volta, não volta não é pra aula de inglês não, se for muito dificel pra ele matemática, história, geográfia, ele desiste e a gente não quer que o aluno desista, a gente quer o aluno esteja na escola, pelo menos pra que le esteja em um ambiente escolar e a gente possa contribuir de alguma maneira, né, trabalhar com as questões, com os valores morais, éticos, a questão do trabalho, usar os temas transversais na sala de aula para o ensino de jovens e adultos é uma grande solução, mais não existe nada de inglês, que seja, acho que há uma necessidade de pesquisa, e de desenvolvimento de material para que se trabalhe com alunos nessas condições, estão sendo, são jovens e adultos estão sendo alfabetizados, e que porém tem na sua grade curricular a língua inglesa.