Narrativas de Professores de Língua Inglesa
Nome: Luis Alberto Ribeiro de Moura Filho
Idade:
Tempo de estudo da Língua: 2 anos e 8 meses
Narrativa coletada por: Pedro Henrique Martins de Melo em setembro de 2005
Olá, meu nome é Luis Alberto, eu sou monitor na escola FISK unidade planalto, logicamente na região da Pampulha, no planalto e eu vim aqui para contar para vocês como funciona essa atuação do jovem no aprendizado e no ensinamento da Língua Inglesa. Minha história é um pouco engraçada porque eu já tive fases de não gostar do Inglês e também já tive fases de, realmente, não querer estudar Línguas. Já pensei em fazer comunicação social, na verdade eu tenho 16 anos, estudo no colégio Arquidiocesano da rede de ensino do sistema Arquidiocesano desde quando eu nasci, praticamente, com 4 ou 5 anos eu comecei a estudar nesse colégio na unidade da Pampulha. É engraçado porque dentro desses colégios, nesses 11 colégios desse sistema de ensino, um deles é um colégio que tem convênio com o governo Espanhol, então eu tinha todas as oportunidades de estudar espanhol, o colégio investia muito, desde a primeira série a gente já estudava Espanhol. Eu comecei a conhecer o Inglês mesmo desde a quinta série, que eu tive um interesse maior pela Língua, mas deixe-me contar, mais ou menos, como funciona. Na minha família, a minha mãe foi a única filha da minha avó que fez faculdade na UFMG e ela estudou Letras, ela estudou Português e pediu todas as optativas de Inglês, porém não concluiu o curso porque ela não fez nenhuma Literatura, mas ela fez todo o Inglês, do 1 até o 7, fez todos os outros cursos, todas as outras matérias mas não fez as literaturas. Então, minha mãe sempre foi apaixonada por Inglês, ela achava o “auge” falar Inglês e se comunicar em Inglês. Ela tinha muita dificuldade, minha mãe era uma pessoa muito humilde na época, ela tinha dificuldades financeiras, era muito difícil ela ir para a Federal e voltar, ela morava perto da região do Minas Shopping, então ficava difícil para ela mesmo. Mas o engraçado é que ela, com muito esforço, conseguiu concluir o curso, para passar na federal foi aquela dificuldade, mas ela passou de primeira, com 18 anos, sempre estudou em escola pública, mas naquela época não era muito difícil, ela já estava bem mais velha, ela passou mais ou menos na década de 80, 85/83. Não, foi no final da década de 80 mesmo. Então, ela sempre teve muito contato com Inglês, na família dela, ela que introduzia o estudo da Língua, essa paixão pela Língua. Parece que lá em casa quem herdou esse dom fui eu mesmo, eu tenho duas irmãs, uma pretende fazer veterinária a outra administração, mas eu não era ligado muito na área de exatas, então acabou que lá em casa, a única pessoa interessada em Lingüística, nessa parte humana, sou eu mesmo, então, bola para frente, animação para fazer o curso, sou super empolgado, quero passar no vestibular de primeira e começar a fazer logo para ter um diploma na mão e muito conhecimento atrás de mim. Então, como eu tava falando da minha mãe, desde pequeno ela costumava a comprar filmes em Inglês para a gente, eu sempre gostei de música internacional, nunca gostei das músicas nacionais, são poucos grupos que realmente eu me identifico e esses grupos que eu me identifico são praticamente cover dos grupos internacionais, então acaba que um pedaço do Inglês está dentro da música que eu costumava escutar, então eu tive um contato muito grande com o Inglês desde pequeno, palavras que eu não entendia eu perguntava minha mãe. Teve um época lá em casa que a gente chegou a ter TV a cabo e todos os filmes eu perguntava, de vez em quando eu ouvia palavras, Together e aí eu perguntava, Mãe, o que é Together? Mas eu não sabia falar, o que é Together, então ela falava: è junto, meu filho, Together em inglês é junto, companhia de. Aí, eu super empolgado, perguntava palavras, já tinha praticamente um dicionário pronto na minha cabeça, então eu conseguia entender bastante, tanto que quando eu fui começar a fazer meu curso de Inglês no começo de 2003, eu estava na sétima série, eu já tinha tido dois anos de inglês na escola. Não foi por ter dificuldade que eu entrei no curso porque eu me desempenhava bem, gostava muito de Inglês e eu costumo falar para os meus colegas hoje que eu não me enxergo antes de começar o curso de Inglês, eu não me lembro como que eu reagia em uma aula de Inglês, eu não consigo me recordar como eu respondia uma pessoa que me perguntava alguma coisa em Inglês como eu faço hoje em dia. Eu comecei a estudar quando eu estava na sétima série, como eu já falei, no começo de 2003, entrei para a escola FISK planalto, onde a Juliana, que já falou aqui com a gente, ela foi professora, ela é professora, uma professora ilustre, que eu realmente admiro demais, é uma das pessoas que me inspiram e que me dão, cada vez mais, vontade de se parecer com elas e ter um dia a possibilidade de dar uma aula tão interessante e tão, digamos assim, tão fantástica como é a aula da Juliana. Eu realmente nunca tive a oportunidade de ter um semestre de aula com ela mas, pelo que eu já ouço, pelo que eu sempre ouvi, ela sempre foi uma professora muito boa. Mas, voltando ao meu assunto, eu entrei na escola FISK planalto no começo de 2003 e fiz um Placement test. Nesse Placement test, minha mãe ligou para cá e falou: olha, meu filho tem um conhecimento básico de Inglês, será que ele tem que fazer o básico 1? Aí falaram: não, ele pode vir fazer uma prova, não tem problema nenhum, se ele for muito bem, vamos colocá-lo no básico 2, se ele tiver dificuldade a gente coloca ele em uma monitoria, vamos fazer a prova primeiro, a gente não pode falar antes. Aí ela falou assim: ta, beleza. Aí eu vim para a escola FISK planalto, fiz a prova, não fui muito bem, minha mãe ficou com a cara no chão... Não sei e na verdade, engraçado muitas das coisas que eu errei, eu me lembro que um dia depois de eu fazer a prova eu recebi o meu material da escola do ano de 2003 da sétima série e essa questão de adjetivo, tudo que é cobrado no básico 1 do FISK, present perfect... Se eu tivesse aberto ele uma dia antes eu conseguiria, pelo menos, tirar uma noção, mas eu deixei tudo em branco, aí falaram: bom, você realmente não está apto a passar para o básico 2, mesmo porque ainda tem muito vocabulário que você ainda não viu, tem muita gramática que falta ver, mas a gente pode pegar um acompanhamento com monitoria, aí falei: beleza, vou fazer o curso normal. Entrei no básico 1, sempre tive notas muito boas em torno de 90/95%, cheguei a tirar 98 em uma prova com valor em 100, quase tirei 100, fiquei muito chateado na época, aí comecei a sentir realmente que aquilo que eu gostava era dar aula porque minha mãe era professora do estado desde os 18 anos, faz mais ou menos uns 20 anos que ela é professora e realmente ela tem uma capacidade muito grande de lidar com aluno, eu admiro muito minha mãe e meu pai também, ele é metalúrgico, fez faculdade de engenharia, também na federal e ambos tem uma capacidade muito grande de explicar, de mostrar como é que funciona, de dar exemplos, então, eu acho que esse dom da explicação já vem da família há muito tempo. Então comecei a me empenhar bastante, falava: mãe, eu preciso do Inglês. Eu me lembro que eu chegava aqui, minha aula era de 15:00 as 16:30 e eu chegava 13:00 hora e ficava até as 19:00 da noite conversando com o pessoal da recepção, conversando com os professores, eu realmente mostrava muito empenho nas coisas. Pouca gente bateu, aqui no FISK a gente tem uma relação muito boa e digamos assim, que foi essa versatilidade da escola que me cativou porque eu gosto de estudar, eu gosto de trabalhar nos lugares que realmente eu me sinto bem e aqui dentro é um clima tão generoso, as pessoas são tão educadas, o pessoal está realmente interessado em ensinar, interessado em trabalhar, são várias reuniões pedagógicas que a gente faz todo mês discutindo sobre os alunos, eu como monitor me disponho sempre a dar monitoria. Eu, por exemplo, estudo 2ª e 4ª a tarde e 2ª a sexta de manhã, mas já tiveram vezes que eu cheguei aqui na hora do almoço para dar aula, eu acho que é o seguinte, hoje em dia, infelizmente, eu tenho que falar isso. Pela pouca experiência que eu tenho, que são mais ou menos dois anos, o aluno ele está a cada vez querendo aprofundar em algumas coisas mas se distanciar de outras, então, no que a gente percebe que ele não gosta, a oportunidade que a gente tem de pegar um aluno e colocá-lo em frente de você e você explicar para ele e ele entender não pode ser descartada modo algum porque querendo ou não, o aluno é uma pedra preciosa, porque você tem que saber mexer com ele e você tem que saber lidar com ele, você tem que saber o que ele consegue fazer e o que ele não consegue e justamente aquilo que ele não consegue fazer e aquilo que a gente acaba olhando por cima. Então, como monitor, eu enxergo bastante a quantidade de dúvidas que os alunos tem em determinado assunto, converso com o nosso coordenador pedagógico, falo para os professores: gente, o pessoal está tendo muita dúvida nessa unidade; essa matéria deve ser dada com muita calma, tem muitoaluno me falando as matérias estão sendo dadas muito rapidamente, então as vezes a turma em que o aluno se encontra não é a ideal para ele então as vezes a gente fala cada um por cada um. Eu acho que como a gente trabalha com ensino a gente não deve; eu falo assim, gente, mas é com a pouquíssima experiência que eu tenho, mas é tudo que eu pude perceber com a pouca experiência que eu já tive. O aluno tem que se sentir bem no lugar onde ele estuda e tem que se identificar com a turma, é um processo que realmente demora, eu como sou aluno e já fui aluno, tudo bem que eu sou muito extrovertido, converso muito com todo mundo, mas é importante que o professor abra esse braço e diga: olha, eu sou seu amigo você está aprendendo com um amigo, você não está aprendendo com um professor e isso aqui no FISK eu enxergo isso de uma maneira muito boa e os professores são professores que a porta da casa deles estão sempre abertas para uma festinha no aniversário dele, já tiveram grupos e grupos de mais de 50 alunos montando festa de aniversário para professor, então você consegue notar, é muito bonita essa interação do aluno com o professor na escola onde eu trabalho, então, como monitor, como eu estava falando, a gente consegue terminar algumas dificuldades, algumas falhas do aluno e isso é legal, isso é interessante porque é a partir daí que a gente começa a trabalhar o que ele precisa mais. Por exemplo, eu pude notar nesses dois anos que no começo, os alunos do começo quando eu comecei a dar monitoria tinham uma dificuldade em entender, por exemplo, por que eles tinham o verbo auxiliar e porque o “s” no presente simples na terceira pessoa não significava plural, hoje em dia eles já tem uma dúvida diferente que é o seguinte: porque o “s” é plural, então a dúvida do aluno muda, a pergunta é a mesma, mas a dúvida muda. Ah, professor, mas é a mesma coisa, mas a pergunta muda. Então, acaba que a gente contorna o assunto e demonstra para o aluno que as vezes ele acha que é difícil aquele Phrasal verb não é simplesmente você tirar, você mostrar como o Inglês é feio porque ele não é feio, o aluno o enxerga como feio, mas ele não é uma língua feia, ele é uma Língua que a pessoa tem que aprender a conviver e principalmente gostar, eu acho que a gente tem que identificar, a gente tem que tirar do aluno esse gosto pela Língua e a partir daí que ele vai começar a introduzir o que ele gosta, por exemplo, eu, fazem dois anos que eu faço Inglês e eu pulei 3 ou 4 níveis, concluo o curso no meio do ano que vem e eu já procuro sobre literaturas, sobre vários tipos de escritores Ingleses, então é uma coisa que me chama a atenção. Então, gente, é isso, estou tomando o tempo de vocês, mas eu acho interessante essa conversa que a gente teve porque a partir do momento que você consegue enxergar o profissional de uma maneira diferente, você consegue se identificar melhor com a Língua, então tudo de bom, obrigado.