Nome: Flávia Morales
Idade: não informado
Escolaridade: cursando pós-graduação
Tempo de aprendizagem: não informado

Narrativa coletada por Vera Menezes

As primeiras lembranças que tenho da minha aprendizagem de língua inglesa são da minha infância.
Lembro-me claramente de programas televisivos do tipo Fantástico, Globo de Ouro, etc, que traziam clipes musicais em inglês, e eu cantava (enrolando a língua) e como nunca fui repreendida nem humilhada por cantar em inglês (tudo errado, uma enrolação) continuei me envolvendo com músicas em inglês. 
Depois, lembro-me da minha professora de inglês da quinta série, ela falava inglês conosco e contava de suas viagens ao exterior, isso me influenciou muito a sonhar também em sair do país, conhecer outras culturas.
Então, a simpatia pela professora uniu-se ao gosto pela música e eu me envolvi cada vez mais com a língua estrangeira. Daí surgiu um fator que me influenciou muito mais. Um primo meu foi morar no exterior. Isso aguçou minha vontade de sair do país.
Como nunca surgiu uma oportunidade de viajar ao exterior, esse sonho ficou adormecido por um tempo, também a professora de inglês mudou e nem lembro quem entrou no seu lugar. Minha relação com o inglês ficou restrita às músicas (que eu traduzia, palavra por palavra, e nada fazia sentido).
Surgiu então um fator que acordou ou reacendeu minha paixão pelo inglês, um americano que veio estudar na minha sala no primeiro ensino médio, ele não gostava de falar inglês, mas o pouco que falava eu absorvia com facilidade. Tornei - me amiga dele e podia agora até praticar umas expressões, também fiz outras amizades que gostavam de falar em inglês, e isso enchia nosso ego, e falávamos o máximo que podíamos (mesmo com muitos erros de construção gramatical, de sentido, de pronúncia, etc).
O meu professor de inglês do terceiro ano do ensino médio também me influenciou muito, ele falava muito em inglês na sala, eu tentava dar risadas de suas piadas e conversar com ele.
Por vários motivos acabei ingressando na faculdade de letras, eu sou também apaixonada por literatura e foi lá que pude desenvolver muito melhor meu inglês e percebi que minha inclinação era muito maior para inglês e suas literaturas do que língua portuguesa.
Como todos na faculdade sabiam da minha paixão (inglês) e da minha facilidade para aprender, tudo que tinha que traduzir, se apareciam um estrangeiro, se tinha um curso de inglês precisando de monitores, sempre me chamavam.
Com isso tive muitas oportunidades para praticar, aprender, ouvir, falar inglês e foi assim que eu aprendi.
Os professores da faculdade me apoiavam muito, eles não acreditavam que eu nunca fiz um cursinho de inglês e que eu nunca fui ao exterior, como a maioria de pessoas que falam inglês. Acho que esses fatores os intrigaram e eles me ampararam, investiram tempo, dedicação e confiança em mim.
Assim eu me tornei auto-confiante na língua inglesa, assumi mesmo a posição de "eu falo inglês" (mesmo sabendo que faltava muito para mim).
Comecei a dar aulas de português e ingles para uma americana, o que foi um grande desafio e foi nesse momento que preenchi as lacunas que restavam para eu ser considerada competente em ingles (isso ainda durante a faculdade).
Antes mesmo de terminar a faculdade surgiu o chamado para lecionar inglês numa escola particular e desde então estou nessa escola.
Quando comecei a lecionar vi o quanto precisava aprender ainda, os alunos ensinam muito a cada dia, cada aula traz algo novo, então estou sempre aprendendo.
Devido ao fato de ser professora em uma escola particular, me senti um pouco pressionada para fazer um cursinho tipo ccaa, yazigi, etc, mas considero isso uma perda de tempo e dinheiro.
Preferi então tentar a pós-graduação, o que seria um passo a frente, muito melhor que ficar marcando passo num cursinho. E por isso estou aqui, e não pense que eu quero parar por aqui, o mestrado, o doutorado, ainda tem muito a me ensinar.