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Narrativas coletadas por Andréa Santana Silva

 

NARRATIVA 21

Nome completo: Marcos
Idade: 31 anos
Escolaridade: Curso de Letras
Tempo de aprendizagem da língua: 22 anos
Narrativa coletada por Andréa Santana Silva e Souza em Junho/2010

Bom, minha experiência com a língua inglesa começou quando eu era muito novo. Eu devia ter uns, acredito eu, em torno de oito ou dez anos. Porque minha família tinha muito contato com pessoas do exterior, através de intercâmbios e trabalhos assim, e eu, às vezes, minha mãe e meu pai iam lá e as pessoas com quem eles tinham mantido intercâmbio vinham aqui também. E, desde então, eu já comecei a sentir essa necessidade de ter em mim despertado esse interesse de interagir com essas pessoas e, a maneira como a gente interage é conhecendo o idioma, não é? Não, especificamente, o Inglês, porque eles eram da Europa, falantes do Francês. Mas, como o Inglês, já naquela época, era uma língua que mais ou menos todo mundo algum conhecimento tem, eu comecei a me interessar e falar... Ia falando, ouvindo, repetindo e tal... Foi bem por aí que eu comecei... Depois, eu comecei a estudar, mas na escola – não num curso específico de Inglês. Na escola, eu fui estudando. Eu sempre gostava de ir além do que a escola passava porque o curso de Inglês da escola era muito – pelo menos na minha época – muito básico – não tinha um aprofundamento, era aquela coisa bem na gramática, mesmo. E, aquilo era o suficiente para dizer que estava sendo ensinado e para os alunos terem aulas, no passado. Eu não me contentava com isso e queria me aprofundar, por meio de filmes, de músicas, e todos os recursos que eu encontrava disponíveis – porque naquela é poça a gente não tinha internet, não é? Não da forma que a gente tem hoje. Então, por meio de filmes e de música, eu comecei a... Principalmente, por meio de leitura, revista... Tudo que eu achava disponível, nesse aspecto, para eu ir além, para aprender a ler, ouvir... Eu corria atrás. Aí, depois, teve um ano – na sétima série – que foi bem marcante para mim. Eu tive uma professora, no colégio, que me deu toda a base de gramática. Tudo que eu sei de gramática, a base, pelo menos... É lógico que, depois, a gente está sempre se aperfeiçoando. Mas, naquele momento, essa professora me marcou muito porque ela, de uma forma muito didática, muito clara e muito exigente, também – o que eu achei bom porque eu sempre gostei disso... De ser exigido naquilo que eu gosto de fazer, calo não é? Ela cobriu praticamente toda a base e isso foi muito bom para mim e muito marcante. Paralelo a isso, eu sempre buscando ler, buscando ouvir, buscando assistir filmes... Sempre me desafiando nesse sentido... E, também, toda oportunidade que eu tinha – não eram muitas, mas toda oportunidade que eu tinha – de conversar com alguém, de falar com alguém, de escrever para alguém, eu fazia o máximo para (entre aspas) abusar disso da melhor forma possível: para praticar e para me aperfeiçoar. Aí, mais na minha adolescência e quase terminando a adolescência... Eu resolvi buscar sistematizar... Não sistematizar, mas normatizar esse conhecimento que eu adquiri meio solto... Eu fiz, aqui, um teste de nivelamento. Aí, eu caí no último semestre. Então, eu fiz um semestre e terminei. Depois, o que eu fiz foi estudar, mas num sentido de me preparar... O último passo, vamos dizer assim, de eu estar em sala de aula de Inglês como aluno foi me preparando para FCE de Cambridge. Eu me preparei em um semestre. Tirei o certificado. E, depois, o CAE eu tirei também – para esse, eu estudei sozinho. Eu tirei o CAE em 2005 e o FCE em 2003 ou 2004. E, a partir daí, em 2004 eu me mudei de estado. Comecei a fazer Letras lá. Tive que parar um tempo e tal. Comecei em 2005, Letras Inglês lá. Tive que parar um tempo... Voltei e, aí, em 2008 eu voltei para Belo Horizonte. Fiz Vestibular no início do ano. Entrei e, ano passado, eu comecei a dar aulas. Dei aula particular um tempo, lá na cidade de XXXX, mas de forma muito esporádica. Não era uma coisa sistemática porque eu estava trabalhando e não tinha muito tempo. Eu dava uma aula ou outra, assim... Mas, quando eu voltei, em 2008, eu dei aula. Em 2009, eu comecei o bacharelado. Aí, eu resolvi que seria mais interessante para mim passar para licenciatura. Passei, no ano passado, para licenciatura e comecei a dar aulas no meio do ano – em Setembro ou Agosto. Inicialmente, aula particular e, depois, eu entrei numa escola. Aí, no início deste ano, em Março, saí dessa escola. Já dava aula em outra. Então, eu continuo trabalhando nessa escola e dou aula particular. Basicamente, é isso. Mas, eu acho que a essência, se eu for colocar dessa forma, do meu aprendizado de Inglês foi toda, em setenta por cento que eu me lembre, do meu interesse, de eu ir atrás e, não do teórico, mas, prático! Eu vejo que o essencial... Eu tive experiências pontuais de aprendizado formal para me dar uma base praticamente de gramática... De você ter sistematizado, assim, como é a estrutura da língua. Mas, o uso, a prática foi toda por mim mesmo. Não teve muita... Quase não teve interferência do professor, nesse aspecto... Então, basicamente é isso.