Share |

 

Narrativas de aprendizagem de língua inglesa narradas em português

 

Nome:
Idade:
Escolaridade:
Tempo de aprendizagem:

Nasci e estudei até a graduação numa cidade do interior do Piauí (Picos). O contato com uma língua estrangeira resumiu-se a algumas poucas aulas que tive na escola prática, geralmente todas por professores formados em geografia, matemática, etc.
Na véspera do vestibular foi um suplício. Recorri a um velho dicionário empoeirado que minha irmã guardava numa caixa de papelão. Tentei decorar umas vinte palavras e sua tradução. Consegui uma façanha. Não zerei a prova de inglês e fui um dos sete aprovados para o curso de Letras/Português no campus do UFPI em Picos, para o qual havia sido destinado 40 vagas.
Após terminar a graduação fiz uma especialização em Lingüística e finalmente cheguei à seleção do Mestrado onde era necessário um mínimo de proficiência numa língua estrangeira. Fui aprovado duas vezes. Como já estava morando em Teresina, resolvi fazer uma segunda habilitação em Língua Francesa, já que não havia vagas no curso de Inglês.
Em um ano cursei a língua francesa I e II e consegui aprovação no mestrado. Hoje faço os dois cursos simultaneamente e descobri muitas afinidades com o francês. Descobri que o “caxé” do nordestino vem do “caxé” do francês que significa a mesma coisa: comprimido.Descobri que o nosso “espritado” vem do “sprit”, ou seja, espírito. Que o “zéfini” vem do “C’est fini”, enfim que há muitas semelhanças por conta das mesmas raízes.
O mais importante, no entanto, foi perceber que cada sociedade representa o mundo de acordo com sua percepção da realidade e que é impossível conhecer outra língua sem saber sua cultura, sua história e a sociedade que o utiliza.