7 ° entrevista
Sexo: Feminino

- Sou professora da Escola XXX, trabalho com o Ensino Fundamental, do 6 ° ano, que dizer, seria do 8° ao 9° ano, e pela manhã e a noite eu trabalho com o ensino médio, no médio.

Eu tento trabalhar mais o “reading” que é mais a comprensão do texto, devido a quantidade de aluno e o também tempo pequeno de aula, as vezes nós dividimos por exemplo, como eu falei dividimos em grupos, dividimos também o texto, fazemos comprensão em grupos, depois a gente faz aquela reunião de todos, e comentamos fazendo a leitura em conjunto do texto, seria uma forma de tá trabalhando num nível mais prático, mais rápido, consegui o objetivo da compreensão.

A tarde pelo fato pelo meninos serem mais imaturos, a sala ser cheia, o calor também complica, a aula de certa forma fica mais no tradicional, e aquela questão mesmo de fazer a síntese no quadro, debater de uma forma as vezes contextualizada, tento contextualizar, mais as vezes dependendo não tem jeito, mas agora tamo trabalhando carreiras, pra trabalhar só o vacabulário fica díficel, eu tento conversar antes, falando, levantando questões no português mesmo, sobre a melhor ou pior carreira, comentar sobre isso, depois eles partem pro vocabulário mesmo, o dicionário, comunicar listas e aí a gente vai tá trabalhando a questão do comparativo, as vezes comparando profissões, colocando a questão de superioridade, qual a melhor né, ou então a pior. Eu tento fazer de certa forma contextualizado, mais a a maioria das vezes não sai o jeito que eu planejo, então a gente termina mudando pro tradicional.

E eu estudei na Universidade Católica, fiz o curso de secretário executivo, durante quatro anos, formei, estudei inglês na “Hiuston” durante três anos, também passei pelo Centro de Línguas da UFG, estudando lá mais ou menos dois anos, e não conclui o curso, pretendo agora retomar de novo as minhas aulas, e na Universidade Federal também formei em Letras no ano de 99, como eu havia estudado no secretario, estudei secretario executivo inglês, aproveitei, eu entrei como já se fosse o terceiro ano, no curso de inglês da Federal, né, conclui o curso mais rápido, em praticamente três anos, um curso de cinco anos conclui fiquei três anos. E tive experiência, tem quatro anos que sou concursada pelo Estado, trabalho no estado como concursada, mais já trabalhei no municipio durante um periodo de dois anos, de com contratos.

Sobre o Estado, em relação a como a escola vê o trabalho do um professor de inglês, de uma língua estrangeira, não só de inglês, de qualquer lingua estrangeira. Ao meu ver, quando, o ensino de inglês. Como eu falei eu sou professora do ensino fundamental e do ensino médio, para iniciodesse ano eu comecei a trabalhar, já falando da importância do inglês, pra tentar de certa forma animar o aluno pra disciplina, porque no Estado não sei em outra realidade também, de escolas públicas. È eles não acreditam que eles vão conseguir aprender alguma coisa, então eles não valorizam aquele momento que estão ali, de aprendizagem de uma língua estrangeira, eles terminam brincando, fazendo outras atividades que não sejam da disciplina, como matemática, português, e de certa forma também há um outro problema, por exemplo, na escola, no estado, tem uma certa tendência de se valorizar mais as disciplinas, ditas tradicionais, como matemática, português e o inglês fica em segundo plano, eu acho que eles percebem isso também, isso vem ainda mais prejudicar o professor de uma língua estrangeira, tem que tentar de tudo para chamar a atenção deles, o que é dificel, como eu falei, a quantidade de alunos, sem material suficiente, eles as vezes, por exemplo na realidade da noite, eles chegam cansados do trabalho, trabalham o dia inteiro, quando cê propõe uma coisa diferente eles já ficam rejeitando, não, pelo amor de Deus, faz isso não, deixa a gente quieto. Cê vai tentar uma aula de “speaking” que é uma aula mais rápida, interessante, mais gostosa de se trabalhar, e ai eles rejeitam, eles não querem, então ai a gente termina passando pro tradicional mesmo.

E a questão dos colegas também, eu vejo que muitos não valorizam o nosso trabalho, por exemplo, eu fiz um trabalho aqui que eu considerei muito bom, nos três turnos, eu trabalho nos três turnos, de manhã, de tarde, de noite, praticamente não tenho tempo pra mim, pra minha formação, eu não tenho tempo pra estudar, porque eu tenho que corrigir, eu preciso preparar, eu tenho, acho que mais de vinte quatro diários pra tá redigindo, o conteúdo, falta, nota, e tudo mais, então eu não tenho tempo pra nada, eu não tenho tempo pra milhorar a realidade. Então o que acontece os nossos colegas as vezes não valorizam o nosso trabalho também, então a gente tem, vai deixando de lutar, pra milhorias, buscar milhorias pro nosso trabalho, né. Um trabalho onde os meninos fizeram folhetinhos pra ta distribuindo na camiminhada da paz, falando em inglês, português, pedindo pra toda a comunidade a questão da paz mesmo, eu acho isso importante, e no entanto quando eu fiz os trabalhos eu eu ilustrei alguns que eu achei muito bonito na escola, e o pessoal tirou, em vez de colocar os trabalhos que eles produziram, puzeram umas gravuras de pomba, e fizeram um, palavras tipo harmonia, amor, escreveram e colocaram no mural, tiraram fotos da internet, de anjinho e tudo mais e tampou o trabalho que os meninos produziram durante duas semanas e foram dificéis produzir, esses fizeram, foram atrás do dicionário, eles produziram as próprias frases, nossa, alguns tiraram pedaços de música, que eles gostaram falando da paz, então eles produziram muita coisa, e gostaram de tá produzindo, vê distribuindo e fica alí na escola, tem que ser visualizado, e derrepente aquele trabalho ficou, foi escondido, tiraram e colocaram outro trabalho, que nem eles fizeram que era só para enfeitar a escola, então é um dura realidade, vê o trabalho do professor de língua estrangeira, era importante a produção deles, poderia ser tirado e colocado um cartaz em cima, isso é chato.

Quando eu saí da faculdade, eu estava assim cheia de idéias mesmo, a questão de contextualizar a aula, eu tinha tantas idéias eu peguei e de inicio eu fui pro municipio e deu certo no inicio, nossa, as aulas de inglês estavam bem produtiva mesmo, eu tava gostando muito, mas depois eu saí do contrato do municipio e fui trabalhar no estado, estado é uma outra realidade, uma quantidade de aluno grande, e aquela questão da dificuldade de trabalhar, não tinha nada na escola praticamente, então não funcionou mais, mas no inicio eu tentei, eu contextualizada, eu fazia coisa diferente, eu pesquisava, até mesmo eles gostava pra eles, as vezes trazia ideias, eu começava o ano perguntando o que que eles gostavam, fazia tipo assim uma análise, na sala de aula com a oralidade, eles tinham mais a parte da escrita, já na outra sala de aula eles gostavam mais de conversar, colocar na prática o que eles estavam vendo na fala, de conversar mesmo, de usar aquilo ali, e no inicio foi bom mas depois com essas dificuldades, com essa questão do tempo que não sobra pra você, você tem que tá a noite são uma aula pro semana, de noite, não sobra pra nada, então você tem que ficar nessa escola e numa outra escola, o que você vai fazer, fim de semana em vez de melhorar, buscar uma formação, você quer descançar, você tem familia, a gente tem a familia da gente, quer dá atenção, e acontece tudo isso pra não mudar, eu preciso voltar o meu curso de inglês, eu preciso terminar a minha pós-graduação, a coisa não tá facil, mais eu vou voltar, né.

Bem, a questão do material didático, a escola que eu trabalho nós temos os dois “sons”, os dois infelizmente estão estragados, agora semana passada eles estavem e voltaram, agora pra gente começar a usar. Mas sinceramente você termina desistindo, porque cê tá numa sala, corre vai pra outra, os meninos fica lá fora, você não pode deixar os meninos, sai, distancia da sala de aula e tudo mais, ai cê termina fazendo a coisa mais rápida. Então eu tenho que correr, são nove salas, por dia, então fica correndo pra cima e pra baixo.

Eu uso muito o dicionário, sempre que veêm aqui na escola eu tô correndo com um monte de dicionário, e o material que eu mais utilizo. Porque eu não gosto muito de ficar traduzindo tudo que eles falam e eles perguntam muito. De certo forma se você tiver uma dúvida aí, o dicionário vai tá perto de você e vai te ajudar a entender, porque eles querem traduzir. Você tem que ter muitas frases, de jogos, de música, camisetas que eles usam, né. O tempo todo correndo com o dicionário.
Na sala de computação tem um programa de tradução, eu já utilizei esse programa, e vi o tanto que é dificel, o que a máquina faz, de compreender. O que acontece como a máquina traduzia ao pé da letra, a gente trabalha a compreensão, a partir do que compreendia, do tradutor, é desse jeito que eu uso, né. E infelizmente no ano passado, nós tinhamos oito computadores, agora nós só temos quatro, então numa sala que tem por exemplo quarenta alunos, fica invável, levar esses meninos pra lá, eu levava, dava uma dificuldade danada, eles ficavam brigando, por computador, sem paciência, qualquer coisinha eles discutiam, entre outras coisas, terminava atrapalhando, as outras áreas também.

Em relação ao tempo que eu utilizo, não é facil, eu to com pouco material, então o que eu tenho é mais extenso, quando você vai trabalhar você tem ver em outras aulas, e aí já vai bater com os outros, e ai não dá. Então esse esforço vai terminando no que, vai te desestimulando, porque aí você vai vendo que é dificel, por mais que você tente melhorar vai ser dificel, eu vou te voltar pra noite agora. Mentalmente eu tõ esgotada, tõ de manhã, to aqui a tarde, vou tomar banho, dou um beijinho nos meus filho e vou voltar pra escola, é dificel. Então você termina levando pro outro lado mesmo, de sistematizar a aula no quadro, fazer aquela correção, infelizmente sair com uma sensação de que dever foi pouco, né.