Narrativas de Professores de Língua Inglesa
Nome: Wellington Djalma Machado
Idade: 37 anos
Tempo de estudo da língua: 15 anos
Narrativa coletada por Vanessa Cristiane Rodrigues Bohn em agosto/2005
Meu nome é Wellington eu tenho 37 anos, eu sou formado em Letras pela Universidade Católica de Minas Gerais, formei em 94 e na época eu não tinha muita ligação com a língua inglesa. Eu fiz em função que tinha no curso, ou fazia inglês ou francês, optei pelo inglês, mas não gostava muito, embora estudasse eu não tinha muita dedicação. Meu foco era realmente a língua portuguesa. Depois eu comecei a trabalhar como professor de língua inglesa no interior e ai que eu descobri realmente a língua inglesa.
A minha formação eu estudei no ICBEU, fiz vários anos de estudo no ICBEU, depois fiz curso na Cultura Inglesa e eu acho realmente o aprendizado ele se dá em sala de aula. Eu não tenho nenhuma experiência, por exemplo, fora, nunca morei fora. Então, ou seja, o meu conhecimento, hoje eu leciono nessa escola, tenho cargo em escola pública e em escola particular, onde a aula é toda ministrada em inglês. Então eu estudo muito, estudo muito em casa e também faço cursos.
Com relação à música, isso ajuda, é um mecanismo que você tem a mais no aprendizado, mas eu acho que o aluno, o material, os próprios cursos hoje oferecidos são muito interessantes; a dinâmica utilizada nas escolas. E eu costumo dizer muito para os meus alunos hoje, alguns perguntam: “tem que morar fora para falar o idioma?”. Eu coloco que não. Eu sou uma experiência disso, hoje eu leciono em inglês, alguns livros já de pré-avançado inclusive onde eu não tenho nenhuma experiência fora minha experiência toda é aqui. Agora eu sou uma pessoa enquanto aluno disciplinado, enquanto professor muito caprichoso com os meus trabalhos, então eu acho que se for um aluno, o próprio aluno ele constrói o curso dele.
Ai nesse período eu descobri o inglês, foi quando eu me apaixonei, hoje a minha intenção é fazer mestrado na própria língua, já estou olhando alguma coisa em relação a isso. E a partir do ano que vem eu devo fazer um curso no Canadá.
Perguntei como foi o aprendizado durante a infância.
Durante a minha infância eu não tive contato. A não ser na 5ª serie. Eu venho de uma família simples, então, por exemplo, os meus pais não são formados, não são graduados. Então o meu primeiro contato com a língua inglesa foi na 5ª série. Eu lembro o seguinte, isso eu lembro perfeitamente aos 37 anos quer dizer alguns anos atrás. Quando eu cheguei à minha primeira aula de inglês eu traduzia tudo, eu falava tudo em inglês, obviamente eu não falava nada. Mas eu fiquei tão encantado com a professora, que hoje se fosse para descrevê-la eu a descreveria perfeitamente. E eu lembro que eu lia tudo, eu falava tudo, quer dizer isso na minha concepção. Então foi o meu primeiro contato e acho que foi o meu primeiro gosto pela coisa.
E há dois anos atrás eu tive o prazer de encontrar com essa professora, numa palestra dada na Cultura Inglesa, em relação a um curso de professores. E eu a encontrei, ela me reconheceu, lógico que eu dei algumas informações, mas eu lembrava dela perfeitamente e de falar que hoje eu era um “fruto” daquela árvore porque de certa forma ela que plantou aquela “sementinha”.
Perguntei sobre a interação com colegas na época do aprendizado do inglês.
Eu tive certa dificuldade em relação a isso. Porque como eu venho de uma cidade pequena, eu moro em Moeda, então eu venho de uma cidade pequena. Então lá as pessoas, por exemplo, pouquíssimas,vamos supor, duas ou três pessoas que falam. E a gente não tinha muito tempo. Então eu tenho mais contato, quer dizer, a partir daí eu passei a ter mais contato depois que eu comecei a trabalhar com o conteúdo, contato com outros professores, de conhecer pessoas e de estar utilizando isso. Mas ainda sim é uma dificuldade, eu acho que essa é a maior dificuldade que agente tem hoje, de colocar isso em prática. Hoje de certa forma eu domino, não domino 100% obviamente, eu tenho muita coisa pela frente, mas porque dentro de sala de aula isso me obriga eu tenho que falar, então, ou seja, eu me policiei em cima disso. Agora existe uma dificuldade muito grande; a falta de tempo, por exemplo, eu não tive oportunidade de fazer viagens, de fazer intercâmbio.
Então isso tudo contribuiu para esse aspecto. Nem por isso eu não deixo de ter contato com pessoas que fizeram e me contam. Então se for preciso falar alguma coisa sobre Nova York, vou te falar como se eu tivesse vivenciado aquilo, tamanha pesquisa que eu tenho feito, as pessoas me contam, eu pego vídeo, eu assisto eu faço todo um trabalho para suprir essa ausência de não ter feito alguma coisa fora.