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Narrativas de Professores de Língua Inglesa

 

Nome: Mara Mancini

Idade: Não Informado

Tempo de estudo da língua: 20 anos

Narrativa coletada por: Vanessa Cristiane Rodrigues Bohn em agosto de 2005

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O meu processo de aquisição da Língua Inglesa foi interessante porque eu sempre gostei do Inglês desde a minha época do primário. Eu sempre estudei Inglês no colégio Izabela Hendrix, desde o Juscelino, que é o que eles gostam de chamar. Sempre me interessei muito pela Língua e pedi aos meus pais que ao invés que eles me dessem a minha festa de 15 anos, me dessem uma viagem ao exterior. Então eu fui como estudante de intercâmbio pros Estados Unidos, morei lá um ano pra eu poder falar o Inglês do jeito que eu gostaria. A minha experiência lá foi muito rica porque eu fiquei numa cidade distante, onde eu não tinha o menor contato com Brasileiros, então acho que apesar da saudade, brasileiro é muito apegado, a gente tem muitos laços afetivos, então eu muito nova nessa parte foi muito difícil, mas tudo na vida tem seu lado positivo e eu achei que foi extremamente valioso pra mim ter ficado longe da fronteira, não fiquei em Flórida, não fiquei em nenhum desses lugares. A incidência de pessoas que falam Espanhol e mesmo Português, muitos brasileiros em Boston e isso fez com que a minha aquisição da Língua fosse uma coisa bem produtiva. Eu morei em um subúrbio, em Chicago, numa época em que a comunicação não era como é hoje, facilidades de internet, interurbano, celular... Não tinha nada disso. Então eu fiquei fazendo uma imersão durante todo o ano. Lá a gente tinha um encontro semestral com o grupo de Brasileiros e viajamos juntos, cada um ficou numa estado diferente nos Estados Unidos, nós nos encontramos 2 vezes, uma no primeiro semestre e outra no segundo semestre para trocarmos experiências, bater um papo para saber como estavam as coisas para cada um e com isso eu acabei me apaixonando de vez pela Língua Inglesa. Aí eu voltei para o Brasil e logo em seguida eu comecei a Lecionar porque o meu maior medo era voltando para o Brasil eu perder o contato com a Língua, naturalmente eu iria perder fluência, perder vocabulário e não iria tirar proveito de todo aquele investimento que meu pai tinha feito. Então eu comecei a Lecionar, continuei estudando por fora, fazendo cursos para manter o contato com a Língua. Alguns anos depois, eu fui para a Inglaterra, porque eu era apaixonada pelo sotaque do Inglês Britânico, eu já falava Inglês mas não de uma forma que eu gostaria de falar e lá fui eu de novo para o exterior. Morei mais um ano em Londres, fazendo cursos numa escola que se chama Iternational House que está acostumada a receber só estrangeiros e foi uma experiência melhor que a primeira, primeiro porque eu já estava mais madura, segundo porque eu fiquei hospedada na casa de uma senhora que foi uma mãe para mim na verdade e o estudo também, a escola mais específica no ensino da Língua para estrangeiros. Foi uma coisa maravilhosa a oportunidade que eu tive na vida. Se eu pudesse aconselhar as pessoas de como aprender Inglês, naturalmente eu aconselharia a pessoa viajar, ir para fora e fazer a imersão que eu fiz porque eu não acredito que em cursinhos de Inglês no Brasil de 1 ou 2 vezes por semana, a pessoa vá aprender como eu aprendi, pode até ser que consiga, porém levará muito mais tempo do que eu levei porque você fica 24 horas por dia falando Inglês, ouvindo, jornal, televisão, escola igreja, supermercado, rua, ônibus... Todos os lugares que você vá, até banca de jornal, qualquer coisa que você vá fazer, você tem que falar Inglês e eu acho que o mais difícil não é nem você se comunicar, o mais difícil é você entender o que as pessoas falam, o que o estrangeiro fala porque é muito diferente, com certeza. È como a gente fala no Português, vamos supor: a gente ensina o estrangeiro a falar Português assim: “como vai você”? Aí, ele com muita dificuldade “como vai você”, porque o acento é complicado. Aí quando chega na prática da vida, ninguém pergunta ele à ele assim, as pessoas perguntam assim: “Oi, como é que c tá”? Olha só a diferença de “Como é q c ta” pro “Como vai você”, que ele aprendeu, então eu acho que essas experiências, essas vivências que a gente decora são de uma importância tamanha que não tem como misturar é difícil, porque são tantos parâmetros de aprendizagem que chegue aos pés de uma vida lá fora.

Pergunta: Você teve alguma dificuldade?

Muitas. Tive muitas dificuldades porque quando eu fui para os Estados Unidos pela primeira vez eu sabia muito pouco, tinha estudado primário, admissão, que naquela época existia. Então, o meu conhecimento em Inglês era zero. Então, eu fiquei praticamente dois meses muda porque além de eu não conseguir me comunicar eu não conseguia entender o que as pessoas falavam, eu levei um dicionário, Collinis, meu mascote, que até está comigo hoje. Isso aqui eu levava debaixo do braço, que me ajudou no início, comecei a fazer minhas matérias na escola porque eu tinha que estudar e o que valeu para mim aqui, no Brasil, foi a freqüência das aulas lá. Agora, lá você pode escolher as matérias que você quer estudar. Então, eu escolhi o Inglês, mas foi complicadíssimo porque na verdade foi literatura, sons, tinha que aprender Shakespeare, imagine, eu que não estava sabendo falar “how are you” tendo que aprender Shakespeare... foi complicadíssimo para mim, eu tive muita dificuldade no início. Mas em contrapartida, eu acho que eu aprendi muito bem por causa da falta de contato mesmo com Brasileiro, com pessoas que falavam Espanhol. Então eu acho que na há aprendizado melhor do que a imersão. Meu nome é Mara Mancini, sou professora de Inglês desde que eu voltei dos Estados Unidos, tem mais de 20 anos. E quando eu voltei da Inglaterra eu continuei estudando. Aí eu fui fazer o Proficiency e com o diploma do Proficiency eu fui fazer letras na federal porque aí a gente pode fazer só as matérias didáticas, se tiver despertado alguma dúvida de coisas do diploma porque quer prova maior que você sabe com o diploma do proficiency na mão e me formei em Letras e continuo lecionando e amo o que eu faço, faço com prazer.